GRUPO NATURA&Co - Resultado 2º Trimestre/2021
13.08.2021
Por Georgia Jorge, CNPI
O resultado referente ao 2T21 do Grupo Natura&Co foi positivo. O destaque do trimestre ficou por conta do forte crescimento das vendas em moeda constante, mesmo com impactos contínuos do Covid-19 em vários mercados.
Isso se deve às diversas inciativas que o Grupo vem implementando para realizar a retomada da Avon em seu novo modelo comercial, além de manter a relevância das marcas Natura, The Body Shop e Aesop com investimentos contínuos em plataformas digitais e inovação.
Desempenho das Ações.
Os papéis NTCO acumulam alta de 13,0% nos últimos 12 meses, reflexo dos resultados positivos mesmo diante da pandemia e dos avanços na integração da Avon, e início da captação das sinergias, inclusive acima do estimado incialmente.
Apesar preço corrente estar em linha com o nosso preço-alvo, ainda não incorporamos os fortes resultados apresentados pelo Grupo no 1S21, o que ocorrerá em nossa próxima revisão de Preço. No momento, mantemos nosso preço-alvo para o final de 2021 em R$ 54,80 com recomendação de Compra.
Desempenho econômico-financeiro
A receita líquida do Grupo Natura&Co totalizou R$ 9,5 bilhões no 2T21, crescimento expressivo de 36,2% a/a (+31,7% em moeda constante) e um pouco acima das estimativas (+5,0% r/e). Todas as divisões de negócios contribuíram positivamente para o alcance desse desempenho, com destaque para a divisão Aesop, cujo crescimento em moeda constante foi de 40,8% a/a, e a Avon International, com crescimento de 27,1% a/a em moeda constante.
Vale observar que essa última divisão, em conjunto com a divisão Natura&Co América Latina, foram impactadas negativamente no 2T20 por um incidente cibernético, o que tornou a base comparativa mais fraca. Ocorre que, mesmo excluído esse efeito, as divisões tiveram fortes desempenhos, com a receita líquida da Natura&Co América Latina e Avon International crescendo 24,5% e 22,6% em moeda constante, respectivamente.
A margem bruta do período atingiu 65,2%, queda de 0,8 p.p. a/a e +0,2 p.p. r/e, prejudicada por uma queda da margem bruta da divisão Natura&Co América Latina, por ocasião da pressão inflacionária das matérias-primas e do impacto da variação cambial.
Já a margem EBITDA Ajustada do Grupo veio em 8,5%, 0,3 p.p. inferior a/a, mas superior às nossas estimativas em 0,6 p.p. A esse respeito, pontuamos a contribuição de cada uma das divisões de negócios:
✓ Natura&Co América Latina: +1,4 p.p. a/a, favorecida pelo ganho de alavancagem operacional combinado com as sinergias da integração da Avon;
✓ Avon International: -0,1 p.p. a/a, estável na comparação anual em função do crescimento das vendas ter compensado os maiores investimentos em digital e TI;
✓ The Body Shop e Aesop: -1,8 p.p. a/a e -5,0 p.p. a/a, respectivamente, dado que, no mesmo período do ano anterior, a margem EBITDA Ajustada dessas divisões foi beneficiada por uma forte contenção de despesas e auxílio governamentais relacionados à pandemia.
Apesar da leve queda de margem operacional na comparação anual, a margem líquida cresceu 8,0 p.p. a/a e atingiu 2,5%, reflexo das menores despesas financeiras e ganhos de sinergias da integração da Avon relacionados à reestruturação corporativa.
No que se refere à alavancagem financeira do Grupo, observamos que a Natura&Co finalizou o 2T21 com um endividamento bruto de R$ 10,2 bilhões, equivalente a 1,5x Dívida Líquida/EBITDA, ante 5,2x no 2T20, resultado de um forte trabalho de aprimoramento de sua estrutura de capital.
Quanto aos investimentos, o Grupo desembolsou R$ 274,5 milhões, equivalente a 2,9% da receita líquida do período (2,2% no 2T20).
Confira no anexo a íntegra do estudo a respeito, elaborado por
GEORGIA JORGE, CNPI, analista do BB INVESTIMENTOS