Diario do Mercado na 3ª feira, 05.07.2016
Bolsa cede refletindo maior aversão a risco global; Inflação em São Paulo surpreende e Banco da Inglaterra volta atrás A bolsa brasileira não sustentou a recente sequência de alta e realizou lucros, acompanhando o humor externo, com os investidores mais risk-averse, no aguardo do grande driver da semana: o Payroll nos EUA, previsto para 6ª feira, 08.07.
BMF Bovespa
O Ibovespa fechou em queda de 1,38%, aos 51.842 pts, acumulando agora +0,61% no mês, e +19,59% no ano. O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 5,32 bilhões.
No dia 01 (último dado disponível), houve ingresso de capital externo da ordem de R$ 633 milhões na Bolsa, elevando o acumulado líquido do ano a R$ 13,27 bilhões.
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), internamente o IPC-Fipe, que mede a inflação ao consumidor na cidade de São Paulo, apresentou alta de 0,65% no mês de junho, pressionado especialmente por alimentos e habitação, e surpreendeu o mercado que esperava, na mediana das projeções, +0,45%. O número também avançou ante maio (+0,57%) e junho/2015 (+0,47%), acumulando no 1S16 alta de 5%.
Externamente, na Europa, a consultoria Markit divulgou suas medições para o Índice de Gerentes de Compras na Alemanha, França, Reino Unido e Zona do Euro, com números que denotam a predominância da estabilidade da atividade econômica em todas as regiões, com a Alemanha e a Zona do Euro performando ligeiramente acima das estimativas, França em linha, e Reino Unido abaixo.
Adicionalmente, o Banco da Inglaterra, visando ao estímulo econômico em resposta ao viés econômico mais desafiador por conta do Brexit, decidiu reduzir a exigência de capital dos bancos do país, revertendo uma decisão de março, quando havia definido pelo aumento do chamado colchão líquido contra cíclico.
A medida representa uma redução de 5,7 bilhões de libras em capital requerido às instituições financeiras, e estima-se que as permitirá elevarem suas carteiras de crédito em até 150 bilhões de libras.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio, o Bacen entrou, pelo terceiro dia consecutivo, à carga nos leilões de swap cambial reverso, ofertando 10.000 contratos. Como resultado da soma deste fator à maior aversão a risco em escala global, a divisa norte-americana valorizouse perante o real e fechou cotada a R$ 3,3031 (+1,02%).
No mercado de juros futuros na BM&F, houve avanço em toda a estrutura a termo da curva de juros, acompanhando o tom do dia, de busca a ativos de menor risco. Já o CDS de 5 anos do Brasil quebrou uma sequência de 5 recuos consecutivos, fechando a 320 pontos, ante 313 pontos na sessão anterior.
Nos mercados estrangeiros, a pressão pela valorização do dólar perante a maioria das moedas globais, queda forte do petróleo, e a maior aversão a risco pelos agentes resultou no recuo da maior parte das bolsas mundo afora.
Investidores permanecem reticentes em elevar suas apostas, e aguardam divulgação de dados de emprego nos EUA, que pode auxiliar a desvendar de maneira mais assertiva o futuro da dinâmica da taxa de juros naquele país.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 05.07.2016, elaborado por RAFAEL FREDA REIS, CNPI, analista de investimento do BB INVESTIMENTOS.