Ausentes sinais de projetos de negócios de exportação de produtos industriais brasileiros à Rússia.
Meta de US$ 10 bilhões anuais já havia sido prevista em anos anteriores, mas não foi atingida. Atual volume comercial entre países gira em torno de US$ 6 bilhões por ano. Uso de moedas nacionais em transações bilaterais também voltou a ser discutido.
Em encontro com o vice-presidente Michel Temer na 4ª feira, 16.09, o premiê russo Dmítri Medvedev definiu o Brasil como um parceiro estratégico da Rússia na América Latina, mas defendeu que a aproximação política seja sustentada por comércio e parcerias econômicas.
“Compartilhamos de uma visão semelhante da atual situação nas relações internacionais”,
declarou Medvedev em seu discurso de abertura na sétima sessão da comissão russo-brasileira de alto nível, em Moscou.
Temer, por sua vez, reiterou o compromisso de elevar o intercâmbio comercial entre Brasil e Rússia ao patamar de US$ 10 bilhões anuais, contra os US$ 6 bilhões atuais.
No primeiro semestre deste ano, o volume comercial entre os países chegou a US$ 2,5 bilhões. Enquanto as exportações russas para o Brasil cresceram 6,4%, até US$ 1,2 bilhões, as importações de produtos brasileiros diminuíram 15,8%, até US $ 1,3 bilhões.
A maioria das exportações russas é representada por produtos químicos, como fertilizantes, petróleo, borracha sintética. Já o Brasil, fornece matérias-primas e alimentos.
“Recentemente, começamos a transição de fornecimentos diretos de matérias-primas à troca de produtos industriais e de alta tecnologia, o que é muito importante",
destacou Medvedev. Segundo Temer, o Brasil espera também que
“as negociações sobre o fornecimento de helicópteros russos sejam concluídas com sucesso em um futuro próximo”.
Moeda de troca
Em meio à instabilidade econômica que atinge ambos os países, as autoridades vêm sondando as possibilidades de mitigar o impacto de choques do dólar e do euro, inclusive por meio do uso de moedas nacionais em acordos bilaterais.
“Isso permitiria evitar problemas com reservas e mitigar as consequências das variações cambiais”,
declarou Medvedev.
O vice-presidente brasileiro, porém, ressaltou a necessidade de discutir a questão com os bancos centrais dos países. Temer se comprometeu a realizar uma série de consultas para desenvolver um plano de ação que aumente a eficiência do intercâmbio econômico bilateral.
NOTA DA REDAÇÃO DO JORNAL FRANQUIA
Ausentes sinais de projetos de negócios de exportação de produtos industriais brasileiros à Rússia. O MDIC Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio não se fez representar na comitiva de Michel Temer à Rússia, porque o ministro da indústria russo comunicou previamente que não participaria da recepção e encontro com a comitiva brasileira.