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Política

24 de Maio de 2021 as 19:05:51



QUALIDADE DAS ELITES - Índice criado pela Universidade do Porto põe Brasil em 86º Lugar


Brasil figura em 86º lugar de 151 países em ranking de Qualidade das Elites
 
As elites brasileiras não concentram um poder elevado, mas são muito extrativas, isto é, extraem da sociedade brasileira mais valor do que a ela proporcionam,
revela o estudo 
 
O Brasil aparece na 86ª posição entre 151 países no Índice de Qualidade das Elites 2021 (EQx), um ranking internacional de economia política que fornece uma visão dos sistemas de elites nacionais.
 
O estudo foi desenvolvido pelas universidades do Porto, em Portugal, e de Saint Gallen, na Suíça.
 
A segunda edição do ranking foi focada na criação de valor esperada em um mundo pós-COVID-19, com análise de dados internacionais, governamentais e de entidades como Banco Mundial e FMI.
 
O índice baseia-se em 107 indicadores (35 a mais do que o EQx2020), em quatro áreas conceituais: poder econômico, valor econômico, poder político e valor político. 
 
Assim como em 2020, Singapura ocupa o primeiro lugar no ranking, afirmando-se como a cidade-Estado cujas elites empresariais mais valor criam no mundo, segundo os autores. Completam o pódio a Suíça (2º) e o Reino Unido (3º). Os EUA mantêm a quinta posição, e a Alemanha caiu da 3ª, em 2020, para a 15ª, em 2021.
 
O top 10 do ranking EQx2021
 
País     Classificação  Escore
 
Singapura        1          68,1
Suiça               2          67,6
Reino Unido    3          64,7
Holanda          4          64,5
EUA                5          64,1
Suécia            6          63,7
Israel              7          63,6
Noruega         8          63,5
Austrália         9          63,5
Dinamarca   10          63,4
 
De acordo com os professores da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) Óscar Afonso e Cláudia Ribeiro, responsáveis pelo estudo em Portugal, Israel obteve os maiores ganhos no EQx2021, subindo a classificação global para 7º lugar.
 
"Uma dimensão fundamental na atualidade é o desempenho das elites em relação à gestão da pandemia da COVID-19. No EQx2021, constata-se que elites de maior qualidade como Singapura (1º), Suíça (2º), Israel (7º), Noruega (8º) ou Nova Zelândia (13º) têm sido mais capazes de proteger o seu país dos impactos sanitários e econômicos da COVID-19",
 
destaca Óscar Afonso.
 
A partir da análise e comparação, as elites são classificadas em "muito alta qualidade" (posições de 1 a 10), "elites de alta qualidade" (de 11 a 25), "elites de qualidade" (de 26 a 75), "elites de qualidade média" (de 76 a 124) e "elites atrasadas" (posição superior a 125). 
 
O Brasil figura no grupo das elites de qualidade média, no meio da tabela, logo abaixo do Togo (85º lugar) e do Paraguai (84º). O Brasil é descrito como um país rico com um economia política injusta, agravada pela COVID-19.
 
Elites Muito Extrativas
 
Questionada pela Sputnik Brasil se mantinha sua percepção do EQx2020 de que as elites brasileiras, sejam políticas ou econômicas, tiram mais valor da sociedade do que criam e agregam novas oportunidades, Cláudia Ribeiro, uma das autoras, é enfática.
 
"Claramente que sim. No contexto dos 151 países analisados no índice de poder, o Brasil aparece na 50ª posição e, no de valor, em 120ª. Isso significa que, apesar de não concentrarem em si um poder demasiado elevado (o que justifica a 50ª posição), as elites são muito extrativas (120ª em 151)",
 
justifica Cláudia Ribeiro.
 
'Pandemia piorou desigualdade no país',
 
diz sociólogo
 
O pior indicador do Brasil, que põe o país na 139ª colocação, é a participação dos 10% no topo da renda nacional antes dos impostos, o que mostra que o poder econômico continua altamente concentrado nas mãos de alguns bilionários e empresas, na análise do sociólogo Tulio Kahn, que assina o texto sobre o país. 
 
"O que se avalia é que a pandemia piorou a desigualdade no país no último ano, uma vez que ela afeta especialmente aos mais pobres",
 
pontua Kahn. 
 
Doutor em Ciências Sociais pela USP, com pós-doc na Universidade de Oxford, Kahn refere que alguns comentaristas também incluiriam a morte de centenas de milhares de COVID-19 como uma violação grave dos direitos humanos, resultante da resistência do presidente Jair Bolsonaro e da negligência no sistema de saúde. Ele destaca que dois ministros da Saúde (Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich) tiveram que renunciar por discordar das visões presidenciais.
 
Ele cita um relatório da Anistia Internacional como principal referência para essa percepção, assim como para o uso excessivo da força pelas polícias. Segundo sua análise, o Brasil ainda é um país atormentado por graves violações dos direitos humanos, especialmente no lotado sistema prisional, dominado por facções criminosas e confrontos entre suspeitos e policiais, que deixou centenas de vítimas em seu rastro, incluindo civis e policiais.
 
"As análises nacionais selecionam fatos estilizados, ressaltando o que os indicadores apontam como mais significativo no período. Mas são obviamente bastante resumidas e simples",
 
explica Kahn à Sputnik Brasil.
 
Entre esses fatos, o consultor sênior da Fundação Espaço Democrático enumera que, em todo o País, o sistema de saúde sofria com a falta de leitos de UTI, oxigênio, ventiladores e medicamentos. Segundo ele, essa fragilidade sistêmica explica por que o Brasil ocupa a posição 138 entre os 151 países avaliados no ranking de mortalidade da COVID-19.
 
Indagado pela Sputnik Brasil se há essa leitura por parte de analistas internacionais também, Kahn sugere que sim, ainda que sob uma ótica mais macro.
 
"Acho que os organismos internacionais estão cientes da baixa performance do governo no combate à pandemia. Mas não entram em detalhes dos equívocos de gestão. Estes estão bem descritos nas dezenas de pedidos de impedimento do governo solicitados nos últimos meses. Há farto material documental, e os pedidos são uma boa fonte, pois são mandatários de cargos eletivos, associações da sociedade civil etc.",
 
aponta.
 
Confira a íntegra da matéria no site do jornal SPUTNIKNEWS, por meio do acesso a seguir.
 


Fonte: SPUTNIKNEWS. Copidescagem, Subtítulo, chamada de Capa e Imagem da Redação JF. Imagem de Arquivo





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