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Economia e Finanças

30 de Abril de 2021 as 13:04:09



PETROBRAS - Atualizando Estimativas de Petróleo, Vendas e Fatos Recente


PETROBRAS
 
Atualizando estimativas de petróleo, relatório de vendas 1T21 e fatos recentes
 
Desde nossa última revisão de preço, o petróleo tipo Brent seguiu em ritmo de alta, se consolidando acima dos US$ 60/barril. Atualizamos nosso modelo considerando valores mais otimistas para 2021 e 2022, além de incorporarmos outras novas premissas, conforme detalhado a seguir.
 
Adicionalmente, nesta semana, a companhia publicou seus dados de produção e vendas do 1T21, que comentamos neste relatório, em conjunto com outros fatos da semana, como
 
(i)   a manifestação de interesse nos excedentes de Atapu e Sépia, com pagamento de bônus de assinatura total de R$ 3,3 bilhões, também já incorporado em nosso modelo,
(iI)   a venda da parcela restante (10%) da NTS por R$ 1,8 bilhão e
(iii)  o anúncio do pagamento de dividendos. O nosso novo preço alvo é de R$ 29,00 por ação para PETR3 e PETR4 (antes em R$ 30,00), mantendo a recomendação de Compra. 
 
Apesar da pequena redução no preço alvo e de pequenas ressalvas por conta das vendas menores do que o esperado no 1T21, estamos mais otimistas com o desempenho financeiro da Petrobras, que tem consolidado uma estrutura mais enxuta de despesas, apresentado menor lifting cost (custo de extração) e desempenhado uma agenda consistente de crescimento da produção. Além disso, as condições de geração de caixa apontam para um pagamento de dividendos mais expressivo a partir de 2023, mesmo sem considerar vendas de ativos. 
 
Outro ponto que suporta esse viés é a percepção de que, nas condições atuais, os múltiplos da companhia ficaram mais atrativos. Nos últimos três anos, a Petrobras tem sido negociada com um múltiplo EV/EBITDA de 5,5x. Com o crescimento do EBITDA que projetamos para este ano (+63% a/a), esperamos para o final de 2021 um múltiplo de 3,7x, o que implica um desconto considerável sobre o múltiplo de 5,8x de 2020.
 
Claro que tal otimismo não vem sem ressalvas: a subida de preços de petróleo, associada ao término do benefício fiscal sobre o diesel (que acaba hoje), e às conversas da companhia com a categoria dos caminhoneiros sobre a política de paridade de preços de importação (PPI), noticiada pela mídia em 28/4, devem ter a atenção do investidor. 
 
Conforme comentamos anteriormente, o PPI é central para a tese de investimentos da companhia, e eventual alteração deve implicar mudanças radicais em nosso modelo. Mas, novamente, esse não é o cenário base, já que a política de preços se encontra no estatuto da companhia e não acreditamos que o atual conselho tenha qualquer intenção de alterá-la.
 
Produção e vendas 1T21. 
 
Os dados operacionais do trimestre deixaram a desejar, principalmente devido à queda de 6% t/t nas vendas de derivados no mercado doméstico e à queda de 14% t/t nas exportações. Tal resultado deve refletir em um pior desempenho financeiro no resultado do 1T21, que será divulgado no próximo dia 13 de maio. No entanto, também houve boas notícias, como a recuperação a/a no fator de utilização das refinarias, que chegou a 82% (+2 p.p. a/a), mesmo com paradas programadas ocorrendo em quatro refinarias, além da continuidade do crescimento da produção no pré sal, beneficiada pelo aumento nas plataformas do campo de Búzios (+14% a/a).
 
Dividendos. 
 
A Petrobras efetuou, nesta semana (29.04), o pagamento de dividendos no valor de R$ 0,792834 por ação ON e PN (incluindo a correção monetária, no valor de R$ 0,005388 por ação). O pagamento considerou a posição acionária do dia 14 de abril, e o crédito foi feito ontem (29). O valor representa um dividend yield de 3,3% sobre a cotação atual.
 
Olhando para frente, nosso modelo aponta para uma distribuição mais robusta de dividendos a partir do ano que vem, com yield estimado em 5,1%, se estabilizando na faixa de 6% até 2024 e chegando a uma média de 8,3% de 2025 em diante. Se concretizadas essas projeções, o apelo do papel deve aumentar consideravelmente, já que a empresa ficou diversos anos sem efetuar pagamento de dividendos.
 
Petróleo. 
 
O contexto de retomada na atividade econômica global, associado ao aumento das taxas de vacinação contra a COVID-19, bem como ao sucesso na estratégia de cortes na produção de petróleo pelos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e países parceiros (OPEP+) colaborou para que a commodity se mantivesse em patamares elevados. Em março, o petróleo tipo Brent teve uma média de US$ 65/barril, contra US$ 62/barril em fevereiro e US$ 33/barril em março/20. 
 
A expectativa mais recente da EIA (Energy Information Administration) é de US$ 62,280/barril para 2021 e US$ 60,49 para 2022. Os recentes relaxamentos nos cortes de produção devem contribuir para o aumento da oferta de petróleo, o que deve desacelerar o ritmo das quedas observadas nos estoques globais. Passamos a utilizar essas novas estimativas da EIA para 2021/22 e o valor de US$ 55/barril no longo prazo.
 
Outros fatos importantes da semana. 
 
A Petrobras manifestou ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) o interesse no direito de preferência na Segunda Rodada de Licitações dos Volumes Excedentes da Cessão Onerosa no regime de Partilha de Produção, nas áreas de Atapu e Sépia, com percentual de 30%. O valor total do bônus de assinatura a ser pago é de R$ 3,3 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão para Atapu e R$ 2,1 bilhões para Sépia. Entendemos o anúncio como positivo, e em linha com a estratégia de concentrar investimentos em águas profundas e ultra profundas. 
 
O Conselho de Administração da companhia aprovou a venda de sua participação remanescente de 10% na NTS, para a Nova Infraestrutura Gasodutos Participações S.A., empresa constituída pela Brookfield Brasil e pela a Itaúsa S.A., atuais controladoras da NTS. O valor da transação é de R$ 1,8 bilhão e a assinatura do contrato deve ocorrer nos próximos dias. Após ajustes previstos no contrato, a Petrobras afirma que a entrada de caixa deve ser de R$ 1,5 bilhão.
 
Essa era uma transação já esperada e dada como certa para o mercado. Porém, neste caso, entendemos que o consórcio Brookfield/Itaúsa é que está fazendo um excelente negócio, pois concluem a aquisição de uma atividade lucrativa e com a parte mais expressiva do CAPEX já realizado pela Petrobras, que agora utiliza os serviços mediante tarifa.
 
Valuation
 
Revisamos nossas estimativas para a Petrobras, com novo preço-alvo para 2021 de R$ 29,00 para PETR4 e PETR3, sem inclusão de spread entre os papéis. Nossa avaliação deriva de um método de Fluxo de Caixa Descontada (DCF) de dez anos, assumindo um WACC em 9,3% e um crescimento na perpetuidade (g) de 2,5%, mantendo a redução de 50 pontos base para esse setor em relação à média de crescimento que o mercado costuma considerar, dado que as condições globais mais recentes apontam para um ciclo de mudanças na matriz energética mais rápido do que o previsto anteriormente. 
 
De toda forma, na próxima página, há uma análise de sensibilidade indicando preço-alvo e múltiplos considerando cenários alternativos de crescimento. Em relação à produção, consideramos uma subida gradual de acordo com o ramp up de cada poço, em linha com as estimativas mais recentes da companhia, vide tabela apresentada no anexo.
 
Nossa tese de investimento se baseia em: 
 
(i)    perspectivas de aumento da produção com a entrada de novos sistemas nos próximos anos (vide comentários acima e tabela a seguir); 
(ii)   breakeven (ponto de equilíbrio) de US$ 25/boe no portfólio consolidado e de US$ 21/boe nos campos do pré-sal; 
(iii)  na consistente redução nos custos de extração (lifting cost), principalmente nos campos do pré-sal; e 
(iv)  nas boas perspectivas imediatas de geração de caixa e de dividendos após 2022, principalmente.
 
Os riscos de nossa tese de investimento incluem, entre outros: 
 
(i)   quedas adicionais nos preços do petróleo devido às novas ondas de contágios do coronavírus; 
(ii)  mudanças na política de preços da empresa; 
(iii) risco de execução de projetos em andamento e futuros; 
(iv) resultado desfavorável de discussões judiciais, inclusive tributárias e trabalhistas; e 
(v)  volatilidade cambial.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por 
DANIEL COBUCCI. analista senior do BB INVESTIMENTOS

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: DANIEL COBUCCI. analista senior do BB INVESTIMENTOS





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