MOVIDA - Resultado no 1º Trimestre/2021
Eficiência em custos e menor depreciação; neutro
A Movida apresentou um resultado neutro no 1T21, em nossa visão. Os principais destaques no trimestre foram:
(i) redução de custos ex-depreciação no RAC de R$ 540 por carro no 1T20 para R$ 502 no 1T21;
(ii) aumento no preço médio do carro vendido para R$ 51,8 mil contra R$ 40,1 mil no 1T20; e
(iii) lucro líquido de R$ 109,5 milhões no 1T21 (+99% a/a).
Para enfrentar os desafios da pandemia já a partir do 1T20, a Movida adotou medidas prudenciais em seu balanço reduzindo o valor recuperável dos veículos em R$ 193 milhões e aumentou a provisão de contas a receber em R$ 50 milhões.
Além disso, adotou maiores níveis de depreciação, com média superior a R$ 3.500 por veículo em 2020, e incrementou as vendas de veículos seminovos, que ultrapassou a média de 14 mil carros por trimestre no ano passado.
A retomada no setor de locação combinada ao aumento de preço dos veículos zero km foi o que sustentou a valorização dos carros seminovos ocorrida nesses últimos meses. Com isso, neste 1T21, a Movida reduziu os níveis de depreciação no segmento de RAC, que atingiu R$ 839 (-72% a/a), e, na divisão de gestão e terceirização de frotas (GTF), o valor foi de R$ 1.576 (-63% a/a).
Estratégia no segmento de seminovos.
Considerando o momento em que a indústria automobilística enfrenta dificuldades na cadeia de suprimentos, reduzindo o volume de entrega de veículos, a Movida teve que reduzir a quantidade de veículos vendidos no primeiro trimestre desse ano para 5,3k.
Com isso, manteve a frota operacional nos mesmos níveis do final de 2020, de forma a atender a demanda sazonal no segmento de locação individual e sustentar o crescimento no segmento de gestão e terceirização de frotas (GTF). Por outro lado, a receita de venda de veículos apresentou uma queda de 50,9% a/a e foi de R$ 274,5 milhões no 1T21, versus R$ 559,2 milhões no 1T20.
Recuperação e competitividade no RAC.
O segmento de locação individual segue em recuperação parcial em função da fraca movimentação de passageiros em aeroportos, e ainda enfrenta um ambiente concorrencial forte que se traduz em menores tarifas. O aumento na eficiência operacional se refletiu na taxa de ocupação, que ficou em 79,3% no 1T21 contra 75,2% no1T20, porém a tarifa média apresentou queda de 2% a/a.
GTF crescimento sustentável e recorrente.
A terceirização de frotas demonstra resiliência em momento de crise, e apresenta grande potencial de crescimento de longo prazo em função da baixa penetração no mercado de frotas corporativas. No 1T21, a receita líquida apresentou alta de 31% a/a, com adição de 5k veículos na frota média operacional da Movida.
Gestão financeira e sustentabilidade.
A Movida emitiu seu primeiro título de dívida estrangeira, no valor de US$ 500 milhões e com prazo de 10 anos, vinculado à meta sustentável de redução de 30% na emissão de carbono até 2030. A emissão contribuiu para o caixa de R$ 3 bilhões no 1T21, com a alavancagem medida pela relação dívida líquida/EBITDA ficando em 3,2x no primeiro trimestre.
Permanecemos confiantes diante das perspectivas favoráveis para o setor de locação de veículos no Brasil e reforçamos nossa recomendação de Compra para os papéis da Movida, com preço alvo de R$ 22,5 para a MOVI3 para o final de 2021.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por
RENATO HALLGREN, analista senior do BB INVESTIMENTOS.