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Internacional

04 de Abril de 2021 as 22:04:32



DEU NO NYT: Vírus e Problemas Econômicos devastam o Brasil. B-17 Improvisa e confunde..


Os críticos veem o comportamento recente do presidente brasileiro — polarizando nos melhores tempos — como um sinal irritante de um líder em chamas. Sua estratégia, se houver, é difícil de discernir.
 
Ele zombou da pandemia Covid-19, mesmo levando o sistema de saúde brasileiro ao colapso. Ridicularizou parlamentares da oposição, que estão atrás de seu impeachment.
 
Seu principal rival está de volta à arena política,ameaçando uma candidatura à reeleição.  E, nesta semana, ele comandou uma agitação do gabinete e removeu os chefes das forças armadas - uma forte base de apoio - sem nenhuma explicação pública.
 
Mesmo para um líder polarizador que muitas vezes parece agir por instinto, os recentes movimentos do presidente Jair Bolsonaro no Brasil confundiram e irritaram muitos no maior país da América Latina, onde o coronavírus está matando pessoas a uma taxa recorde.
 
Parlamentares brasileiros apresentaram na 4ª feira uma nova iniciativa para impeachment de Bolsonaro, classificando a destituição dos comandantes militares, um dia antes, como uma ação perigosa e desestabilizadora.
 
A força dos comandantes militares, que se seguiram à substituição de cerca de um terço de seu gabinete, criou consternação e perplexidade nos círculos políticos. Não havia sinais claros de que as mudanças de pessoal representam uma mudança estratégica para o governo, pois navega pela fase mais mortal da pandemia Covid-19, que já matou mais de 317 mil brasileiros.
 
Com os hospitais sobrecarregados, uma campanha de vacinação lenta e o desemprego crescente, o sr. Bolsonaro está sob enorme pressão para fazer mudanças políticas ousadas. Mas políticos e analistas disseram que estavam lutando para entender seus últimos movimentos.
 
"Não vejo um plano estratégico por trás de tudo isso",
 
disse a senadora Kátia Abreu, uma poderosa legisladora que lidera a comissão de relações exteriores.
 
"Vejo muita improvisação, ações impulsivas que geram uma crise do nada."
 
Bolsonaro enfrenta uma série de desafios sobrepostos enquanto luta para fortalecer sua base eleitoral antes de uma campanha à reeleição no ano que vem.
 
O desemprego subiu para 14% nos últimos meses, dos 11,6% de desemprego que Bolsonaro herdou quando assumiu o cargo, em janeiro de 2019. Um formidável adversário político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ressurgiu no cenário político este mês depois que a Justiça anulou processos de corrupção contra ele, o que restaurou seu direito de concorrer nas próximas eleições presidenciais, em 2022.
 
O presidente enfrenta obstáculos econômicos assustadores. Embora ele tenha conseguido manter um apoio político considerável no ano passado, gastando bilhões em um programa de assistência pandêmica, continuando a manter o fluxo de ajuda politicamente popular, enquanto cumpria outras obrigações fiscais, estouraria os limites de gastos codificados por lei.
 
Ao mesmo tempo, a crise do Covid-19 no Brasil transformou o país em um pária internacional. Especialistas temem que acelere em todo o mundo a disseminação da cepa mais contagiosa do país; e que à medida que a transmissão cresçe, novas variantes ainda possam surgir.
 
Maurício Santoro, professor de ciência política da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, disse que os movimentos recentes de Bolsonaro parecem refletir o desejo de se cercar de funcionários leais e subservientes. Mas ele disse que a fidelidade dos novos subordinados de Bolsonaro não parece fortalecer sua mão no Congresso ou expandir sua base antes da eleição presidencial do ano que vem.
 
"Não há coerência política, Isso não é uma mudança para a moderação, ou uma tentativa de construir pontes" no Congresso, 
 
disse Santoro.
 
Na 4ª feira, um dia após o Brasil registrar 3.780 mortes diárias, um recorde, Bolsonaro renovou seus ataques a bloqueios e outras medidas rígidas que especialistas em saúde disseram ser necessárias para prender a propagação do vírus.
 
"Não vamos resolver esse problema ficando em casa. Nenhuma nação pode se sustentar por muito tempo com esse tipo de política",
 
disse Bolsonaro.
 
Bolsonaro não ofereceu novas informações sobre os acontecimentos que o levaram a demitir os comandantes do Exército, da Força Aérea e da Marinha na terça-feira. Os três renunciaram abruptamente um dia depois que o presidente demitiu seu secretário de defesa, um general aposentado.
 
Em seu mais recente esforço para iniciar um processo de impeachment contra o sr. Bolsonaro, um punhado de legisladores acusou na quarta-feira o presidente de ter tentado transformar as forças armadas em um instrumento político. Mas as circunstâncias que levaram à remoção dos três homens permaneceram incertas, com nem o presidente nem os comandantes oferecendo uma explicação.
 
Parlamentares e analistas especularam que as demissões seguiram uma profunda discordância sobre o papel das forças armadas no governo Bolsonaro. O presidente prometeu recentemente que "meu exército" não seria destacado para impor quarentenas ou bloqueios.
 
Em sua carta de demissão, o ex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, disse ter preservado as Forças Armadas como "instituições do Estado". A observação foi interpretada para significar que ele resistiu aos esforços para politizar os militares — uma questão sensível em um país que foi governado por governos militares repressivos por mais de duas décadas após o golpe de 1964.
 
"A pergunta que se aproxima grande, e deve ser respondida, é: Qual foi a ordem dada aos generais que eles não sentiram que poderiam seguir?",
 
disse Abreu, a senador, que não foi proponente da última iniciativa de impeachment.
 
"O presidente tem a obrigação de explicar isso na televisão ao vivo para acalmar as pessoas."
 
Em um sinal de quão profundamente a pressão dos chefes militares abalou o establishment político, seis candidatos presidenciais presunçoso para 2022 emitiram uma declaração conjunta alertando que três décadas após o fim da ditadura, "a democracia brasileira está ameaçada".  A declaração acrescentou:
 
"Não faltam exemplos de como o autoritarismo pode emergir das sombras se as sociedades forem descuidadas e não falarem em defesa dos valores democráticos".
 
O novo ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, ex-general do Exército que deixou a ativa no ano passado, abalou os críticos do governo ao emitir uma declaração sobre o aniversário do golpe de 1964 — o aniversário foi quarta-feira — dizendo que a data deveria ser "comemorada".
 
Mas, mais tarde, ele chamou as forças armadas de hoje como base da democracia brasileira.
 
"Neste dia histórico, reafirmo que o bem mais valioso de uma nação é a preservação da democracia e a liberdade de seu povo",
 
disse ele durante uma cerimônia na qual os três novos chefes das forças armadas foram anunciados.
 
Os parlamentares pediram o impeachment do sr. Bolsonaro dezenas de vezes desde o ano passado, mas não conseguiram obter amplo apoio. Arthur Lira, o novo líder da Câmara dos Deputados, na semana passada colocou o presidente em alerta ao criticar a forma como o governo está cuidando da pandemia.
 
Lira alertou que os "recursos políticos no Congresso são bem conhecidos e todos eles são amargos". Alguns, acrescentou em uma clara referência ao impeachment, são "fatais".
 
Um grupo de parlamentares alertou na semana passada ao sr. Bolsonaro em carta que o orçamento de 2021, como atualmente elaborado, ultrapassaria os limites fiscais estabelecidos em 2016 para controlar os gastos públicos e atrair investimentos estrangeiros. Ultrapassar o limite, que os economistas dizem parecer inevitável agora, abriria um novo caminho para o impeachment do presidente.
 
"Estamos em um caminho de irresponsabilidade fiscal e isso cria um sério problema jurídico",
 
disse Zeina Latif, economista.
 
Mas. analistas e principais legisladores dizem que há pouco apetite por um novo impeachment, dada a forma como a saída da presidente Dilma Rousseff em 2016 se mostrou tão politicamente disruptiva e divisiva.
 
Monica de Bolle, membro sênior do Instituto Peterson de Economia Internacional, disse que blocos poderosos de legisladores provavelmente usarão o isolamento do Sr. Bolsonaro para extrair concessões.
 
"É do interesse deles deixá-lo no cargo e conseguir as coisas que sempre quiseram",
 
disse ela. Ela previu que a popularidade do presidente cairia antes da eleição presidencial do ano que vem. "Ano que vem eles lavam as mãos de Bolsonaro."


Fonte: New York Times. Ernesto Lodoño e Letícia Casado, com chamada de capa e Tradução da Redação JF





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