YouTube remove vídeos de Bolsonaro para espalhar desinformação sobre Coronavírus.
por Adão Satariano
para o NYTimes
O YouTube removeu vídeos do presidente Jair Bolsonaro do Brasil nesta 4ª feira, 22.07, por espalhar desinformação sobre o Covid-19, tornando-se a mais recente plataforma de internet a agir contra um líder cujo país tem uma das maiores contagens de mortes do mundo, mas que depreciou vacinas e o uso de máscaras, além de ter chamado governadores estaduais de "tiranos" por ordenar bloqueios.
O YouTube, que teve um papel importante na ascensão de Bolsonaro ao poder e diz que é mais amplamente assistido no Brasil do que em todos, exceto em um canal de televisão, disse em um comunicado que o presidente havia violado as políticas da empresa sobre desinformação sobre vacinas, incluindo a promoção de curas não comprovadas.
"Nossas políticas não permitem conteúdo que afirma que hidroxicloroquina e/ou Ivermectina são eficazes para tratar ou prevenir o Covid-19, afirma que há uma cura garantida para o Covid-19 e afirma que as máscaras não funcionam para impedir a propagação do vírus", disse o YouTube em um comunicado. "Isso está em consonância com a orientação das autoridades locais e globais de saúde, e atualizamos nossas políticas à medida que as orientações mudam."
Assim como o ex-presidente Donald J. Trump, Bolsonaro testou a tendência das plataformas de mídia social de permitir que grandes figuras políticas façam afirmações que provavelmente fariam com que outros usuários fossem censurados.
No ano passado, o Facebook retirou declarações do sr. Bolsonaro depois que ele promoveu a hidroxicloroquina como cura para o vírus. Na mesma época, o Twitter apagou postagens do presidente brasileiro de extrema-direita por empurrar remédios falsos e pedir o fim do distanciamento social.
O YouTube disse que aplica políticas consistentemente em toda a plataforma, independentemente da pessoa ou visão política.
O serviço de compartilhamento de vídeo enfrentou pressão em toda a pandemia para fazer mais para limitar a disseminação de desinformação relacionada ao Covid. Em novembro, ela emitiu uma suspensão de uma semana da One America News Network, um canal de notícias de direita, depois de remover um vídeo que disse ter violado suas políticas de desinformação do Covid.
Criticado em casa e no exterior por sua resposta à pandemia do coronavírus, o Brasil tem sofrido alguns dos piores efeitos da pandemia. Embora mais de 545 mil pessoas tenham morrido da doença, o sr. Bolsonaro continuou a jogar para baixo seu significado, ridicularizando as pessoas por usar máscaras e declarando que não planejava tomar uma vacina.
O canal do Sr. Bolsonaro no YouTube é uma saída popular para o presidente compartilhar suas opiniões sobre a pandemia. Em um programa semanal em que o presidente responde a perguntas dos telespectadores, o presidente detonou ordens de bloqueio e elogiou curas não comprovadas.
Não deixe de confirir AQUI no NYTimes a íntegra desse artígo em inglês.
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