Diário do Mercado, na 3ª feira, 02.08.2016
Movimento de realização doméstica continuou, com elevação da aversão ao risco em escala global
O Ibovespa tornou a cair nesta sessão, na esteira de uma elevação da aversão ao risco nos principais mercados mundiais, em especial na Europa, e finalizou aos 56.162 pts (-1,04%). O índice agora acumula +29,56% no ano e +10,42% em 12 meses.
O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 7,12 bilhões, com o volume à vista em R$ 6,91 bi. No dia 29 (último dado disponível) houve ingresso líquido de capital externo da ordem de R$ 26 milhões na Bolsa, findando o mês de julho com entrada líquida de R$ 4,61 bilhões e acumulando R$ 17,26 bi no ano.
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), internamente, segundo o IBGE, a produção industrial cresceu 1,1% em junho ante maio, em linha com as estimativas de mercado, representando não apenas o quarto mês consecutivo de alta, mas a maior expansão para um mês de junho desde 2013.
No comparativo com junho do ano passado, no entanto, o indicador revelou uma retração de 6,0%, bem como, a queda no primeiro semestre deste ano contra o do ano passado mostrou uma retração de 9,1%, o pior para este período desde 2009. O instituto também revisou positivamente a expansão de maio ante abril de 0% para 0,4%, assim como o dado de abril ante março, de 0,2% para 0,5%, e o número de fevereiro, de 1,4% para 1,6%.
O setor que mais contribuiu para a melhoria e que denotou recuperação frente a um cenário de significativa depressão vista de 2015 para cá, foi o de veículos, sendo tal recuperação corroborada por informações divulgadas hoje pela Fenabrave.
De acordo com a Federação, a venda de veículos novos subiu 5,59% em julho contra junho, sendo que os três segmentos analisados (auto, caminhões e ônibus) apresentaram avanço de 5,03%, 11,65% e 62,60% no período, respectivamente.
No comparativo anual, contudo, a leitura ainda traz o arrasto do mau momento vivido pelo setor, e denota uma queda nas vendas de veículos novos da ordem de 20,29% em julho deste ano comparado a julho de 2015. No primeiro semestre fechado, comparado com o mesmo período de 2015, a foi mais significativa, de 24,69%.
No exterior dados de renda e gastos pessoais nos EUA e inflação ao produtor na União Europeia vieram em linha com o aguardado pelo mercado.
Nos resultados corporativos do 2T16 (calendário pg.4), segundo nossos analistas, a Cielo (CIEL3) apresentou um resultado neutro, com destaque para o segmento de recebíveis e o aumento do volume de transações financeiras, apesar do ambiente mais competitivo.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio, mesmo com mais uma atuação por parte do Bacen nos leilões de swap cambial reverso, a divisa finalizou a sessão em queda perante o real, cotada a R$ 3,2610 (-0,12%).
No mercado de juros futuros, refletindo a maior aversão ao risco no mercado externo e maiores temores quanto ao front fiscal domesticamente, os contratos com vencimentos médios e longos avançaram, enquanto os curtos operaram próximos à estabilidade.
Já o CDS brasileiro de 5 anos permaneceu estável, a 293 pontos.
Nos mercados estrangeiros, na Ásia bolsas majoritariamente em queda, impactadas pela performance de empresas ligadas a energia refletindo a significativa queda do petróleo na sessão.
Após o fechamento do mercado japonês o governo da região anunciou o pacote de estímulos que o mercado já havia farejado, porém surpreendeu e desagradou aos investidores com um volume (7,5 trilhões de ienes) bastante aquém do aguardado e não empolgou o restante do mercado asiático.
Na Europa as ações de instituições bancárias seguiram pressionadas ainda refletindo os resultados do teste de stress divulgados ontem e empurraram os índices na região para território predominantemente negativo.
Nos EUA o dia também foi de retração, com os agentes cautelosos no aguardo de indicadores mais relevantes previstos para o final da semana.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 02.08.2016, elaborado por RAFAEL FREDA, CNPI, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS.
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