Diário do Mercado na 5ª feira, 01.09.2016
Ibovespa balançou, mas principiou setembro em ascensão
O Ibovespa subiu no primeiro pregão de setembro, atingindo 58.236 pts (+0,58%), passando a acumular +0,90% na semana, +34,34% no ano e +28,06% em 12 meses.
Preliminarmente, o giro financeiro da Bovespa foi de R$ 7,75 bilhões, sendo R$ 7,54 bilhões no mercado à vista.
No dia 30 (último dado disponível), houve evasão de capital externo de R$ 147 milhões na bolsa, computando saldo negativo de R$ 1,69 bilhões em agosto, mas, somando R$ 15,67 bilhões no ano.
Os mercados de renda variável reagiram positivamente ao fraco dado industrial do ISM nos EUA, que agregou um ingrediente de possível postergação do início do ciclo de aperto monetário por lá.
Já no Brasil, a interpretação das entrelinhas do comunicado do Copom pelo mercado, após a decisão unânime de ontem de manter a taxa Selic em 14,25% a.a. (inalterada desde julho de 2015), que trouxe um viés dovish (ameno) ao retirar de seu comunicado a citação anterior que não haveria “espaço para flexibilização da política monetária”, acabou refletindo sobre os mercados de câmbio e de juros.
Agenda Econômica
Na agenda econômica externa (pg.3 do anexo), nos EUA, ao passo que o PMI da manufatura Markit foi medido em 52,0 - em linha com as estimativas de mercado de 52,1 – o índice de manufaturados medido pelo Institute of Supply Management (ISM), que compila dados nacionais de compras, estoques, produção, emprego, entre outros, surpreendeu com 49,4 em agosto, recuando ante os 52,6 de junho e desapontando o mercado, que esperava uma leitura de 52,0.
Esse dado, que todo início de mês pontua um panorama sobre condições de atividade no setor industrial local, levantou novas indagações sobre espaço para uma eventual elevação da taxa de juros pelo Fed ainda em 2016, já que contribui para as estatísticas de uma economia ainda caminhando para atividade satisfatória, mas atualmente incapaz de gerar pujante crescimento e inflação em níveis salutares.
No Brasil, o PMI da Manufatura divulgado pela consultoria Markit ficou em 45,7 no mês de agosto, ante 46 em julho, denotando uma ligeira retração no apetite por aquisições por parte dos gerentes de compras nas empresas, e ainda abaixo de 50, que define o limiar entre expansão e retração econômica segundo a metodologia do indicador.
Do lado do comércio exterior, a balança comercial apresentou em agosto um superávit de R$ 4,15 bilhões de reais, ligeiramente abaixo das estimativas de mercado que aguardavam, na média R$ 4,20 bi.
Por fim, a utilização da capacidade medida pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) mostrou um percentual de 76,9% em julho, uma leve retração ante os 77,2% lidos em junho, sendo interpretado como um mínimo arrefecimento da utilização da capacidade instalada do parque industrial nacional.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio (interbancário), os agentes computaram em suas premissas o comunicado do Copom da data anterior, considerado dovish (ameno), o que indica que um corte nos juros brasileiros passou a ser mais provável em um futuro próximo, o que, pelo menor prêmio pago tenderia a acarretar em evasão de dólares.
A divisa norte-americana fechou cotada a R$3,2510 (+0,77%, acumulando agora -0,52% na semana, -17,92% no mês e -11,92% no ano.
No mercado de juros futuros, refletindo o teor do comunicado do Copom, toda a estrutura a termo da curva de juros recuou, com os agentes precificando suas novas apostas em um possível início do ciclo de afrouxo monetário iniciando já na próxima reunião, a acontecer em 18 e 19 de outubro próximo. Já o CDS brasileiro de 5 anos teve elevação mínima, indo a 261 pts hoje, contra 260 pts da véspera.
Confira no anexo a íntegra da análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 01.09.2016, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T Rafael Freda Reis, CNPI-P, analistas de investimento do BB Investiemntos.
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