Diário do Mercado em 05.09.2016
Hamilton Moreira Alves, CNPI-T
e Rafael Freda Reis, CNPI-P
Ibovespa fechou próximo à estabilidade com feriado nos EUA, e dólar em alta refletindo incertezas domésticas
O Ibovespa fechou “de lado”, aos 59.566 pts (-0,08%), passando a acumular +2,88% no mês, +37,41% no ano e +28,11% em 12 meses. Preliminarmente, o giro financeiro da Bovespa foi de R$ 3,69 bilhões, sendo R$ 3,51 bilhões no mercado à vista.
O índice abriu ascendente, mas, pouco depois foi arrefecendo e devolveu os ganhos na parte da tarde, terminando praticamente sem variação e com baixo volume financeiro – situação condizente com as bolsas de Nova York fechadas por conta do feriado nos EUA (“Labor Day”).
Capitais Externos na Bolsa
No dia 1º de setembro (último dado disponível), houve ingresso de capital externo de R$ 140 milhões na bolsa, levando o acumulado no ano a R$ 15,15 bilhões. Com o feriado do Dia do Trabalho norte-americano, a liquidez nos mercados globais ficou contida.
Na Ásia, os mercados respondem positivamente, mas, apoiadas ainda no dado do payroll (criação de vagas na economia) dos EUA, divulgado na 6ª feira passada , 02.09, ao passo que na Europa, os mercados acionários findaram sem direção única, refletindo indicadores locais e o preço do petróleo, que nesta sessão valorizou-se, devido a conversações entre Rússia e Arábia Saudita no sentido de um acordo de cooperação visando a estabilização do preço no mercado internacional da commodity.
Agenda Econômica
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), domesticamente, o relatório semanal Focus, com a mediana das estimativas do mercado para os diversos dados macroeconômicos para 2016 e 2017 compilados pelo Bacen esteve no foco.
Nele, o que se viu foi a manutenção nesta semana do cenário já dado para 2016 - apenas com ajustes finos, enquanto para 2017, refletiu-se majoritariamente o teor do comunicado que sucedeu à definição da taxa básica de juros pelo Copom na semana passada.
A projeção da taxa Selic baixou novamente para 11,00% a.a., após ter subido pontualmente para 11,25% a.a. na semana anterior. Também chamou a atenção a continuidade da melhoria na estimativa do PIB para o próximo ano, que subiu pela terceira semana consecutiva, indo a 1,30%, de 1,23% antes, reforçando o cenário de otimismo crescente com a econômica.
Ainda internamente, os PMIs (Purchasing Managers Index – índice de compras de gerentes) de serviços e composto do mês de agosto divulgados pela consultoria Markit decepcionaram ao tornar a retraírem-se ante os do mês anterior.
No dado de serviços o número ficou em 42,7, e no composto em 44,4, ante 45,6 e 46,4 na medição de julho, respectivamente, ambos afastando-se do patamar de 50, que representa o limiar entre a expansão e contração da atividade econômica, segundo a metodologia do indicador.
No front externo, a consultoria Markit também divulgou os PMIs de serviços e compostos de diversas regiões europeias medidos em agosto. Em um apanhado geral, a interpretação mostrou Alemanha e Zona do Euro em ligeira redução em relação ao mês de julho, enquanto França avançou ligeiramente. A surpresa foi a significativa progressão do Reino Unido, que vem contrariando os prognósticos inicialmente negativos após o “Brexit”, visto que os dados seguiram no sentido de maior confiança industrial, dos consumidores, e agora dos gerentes de compras das empresas.
Entre avanços e recuos, todas as regiões mencionadas permanecem no campo de expansão econômica segundo a metodologia do indicador (acima de 50).
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio (interbancário), o dólar avançou perante o Real nesta sessão marcada não apenas pelo feriado nos EUA, mas internamente com os agentes atentos aos movimentos do governo no campo fiscal; bem como também atentos aos desdobramentos da operação Greenfield, deflagrada nesta manhã pela Polícia Federal, e que tem como alvo 4 dos maiores fundos de pensão do País.
A divisa norte-americana encerrou cotada a R$ 3,2820 (+0,98%), e acumula agora +1,74% no mês, -17,14% no ano e -14,75% em 12 meses.
No mercado de juros futuros, em dia de reduzida liquidez, toda a estrutura a termo da curva de juros avançou, embora com pouca intensidade, acompanhando o movimento do dólar. Já o CDS brasileiro de 5 anos cedeu a 257 pts, versus 258 pts da 6ªfeir a.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise doc omportamento do mercado nesta 2ª feira 05.09.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, analistas de investimento do BB INVESTIMENTOS
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