Diário do Mercado na 3ª feira, 06.09.2016
Ibovespa superou os 60 mil pts !!! Aversão ao risco caiu !
Ibovespa superou os 60 mil pts!!! Aversão ao risco caiu! Retorno do capital externo!
O Ibovespa fechou aos 60.129 pts (+0,95%), na máxima do dia, acumulando agora +0,86% na semana, +3,85% no mês, +38,71% no ano e +29,32% em 12 meses.
Preliminarmente, o giro financeiro da Bovespa foi de R$ 6,55 bilhões, sendo R$ 6,26 bilhões no mercado à vista. No dia 2 de setembro (último dado disponível), houve ingresso de capital externo de R$ 467 milhões na bolsa, levando o acumulado do mês a R$ 607 milhões e no ano a R$ 15,62 bilhões.
O índice doméstico encerrou acima dos 60 mil pts – fato que não ocorria faz dois anos, desde 5 de setembro de 2014. O volume financeiro esteve condizente com o movimento e sinalizou continuidade do ingresso de capital externo – Brasil está voltando a ser a “bola da vez” dos investidores globais.
Enfim, este patamar atual do índice brasileiro está reverberando um melhor grau de confiança dos agentes em uma melhoria econômica do País, a ser ratificada ainda este ano. A aversão ao risco, mensurado pelo CDS de 5 anos do Brasil, deslizou para 251 pts – nível similar ao do final de junho de 2015 e próximo da pontuação de África do Sul e Turquia, que atualmente são “grau de investimento” pela agência Moody’s.
Na agenda econômica (pg.3), domesticamente, a ata do Copom, relativa à reunião dos dias 30 e 31 de agosto trouxe a visão da autoridade monetária acerca do balanço de riscos econômico e fiscal vigentes, que influenciam diretamente em suas definições de patamares da taxa Selic.
A ata do COPOM, embora tenha trazido uma análise mais aprofundada do panorama econômico, em linhas gerais não acrescentou pontos de maior destaque em relação à nota divulgada concomitante à definição dos juros na semana passada. O Bacen reiterou os três pontos de enfoque, sendo que em sua interpretação
i) a inflação carece de maiores sinais de arrefecimento, em especial, nos preços dos alimentos;
ii) as projeções utilizadas admitindo-se um cenário de mercado (obtidas primordialmente através do relatório Focus) para a inflação ao final de 2017 ainda não convergem ao centro da meta de 4,5%, muito por conta do fator citado anteriormente e;
iii) ainda existe, embora algum movimento já seja notado, um elevado grau de incertezas quanto a propostas e avanços no front fiscal, com medidas como a PEC de teto de gastos bem como a altamente impopular reforma da previdência – propostas vistas pelo Bacen como de significativa importância tanto para a retomada do controle das contas públicas quanto para uma solidificação da confiança dos empresários e investidores na economia.
Indicadores Externos
Externamente, nos EUA, o PMI Composto (excluindo a manufatura) medido pelo ISM – Institute for Supply Management esteve no foco ao surpreender o mercado pelo significativo recuo. O índice, que considera variáveis no mercado de serviços como emprego, oferta e demanda e atividades de compras e fornecimentos, cedeu a 51,4 em agosto e, mesmo sendo considerado ainda em expansão (acima de 50), ficou distante do 55,5 de julho e do consenso de mercado, em 55,0, sugerindo um inesperado arrefecimento do setor de serviços - o responsável pelo maior número de postos de trabalho – nos EUA.
Com tal prognóstico, as apostas quanto a um eventual início do ciclo de aperto monetário pelo Fed novamente se reduzem, o que explica o movimento de enfraquecimento da moeda norte-americana hoje.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio (interbancário), o dólar recuou perante o real, reagindo ao dado do arrefecimento do setor de serviços dos EUA – sugerindo postergamento da alta de juros por lá, mantendo a liquidez e o volume de dólares em circulação elevada por um horizonte de tempo maior.
A divisa norte-americana encerrou cotada a R$ 3,2120 (-2,13%) e passou a acumular agora -1,17% na semana, -0,43% no mês, -18,91% no ano e -16,57% em 12 meses.
No mercado de juros futuros, refletindo a ata do Copom e o provável adiamento de juros nos EUA, toda a estrutura a termo da curva de juros recuou, embora com pouca intensidade, acompanhando também a queda da taxa de câmbio. Já o CDS brasileiro de 5 anos caiu para 251 pts, versus 257 pts de ontem.