Diário do Mercado na 5ª feira, 08.09.2016
Ibovespa segurou os 60 mil pts. Aversão ao risco em tendência de baixa. Cenário externo sem turbulência hoje.
O Ibovespa (+60.238 pontos; +0,18%) se manteve no fechamento de acima dos 60 mil pts, do mesmo modo que no pregão anterior, apesar das bolsas de Nova York estarem negativas.
O índice abriu com algumas realizações e operou negativo na parte da manhã, permanecendo com volume mais forte. Todavia, veio gradativamente se recuperando e na parte da tarde, após às 14h30, firmou-se definitivamente em campo positivo.
Preliminarmente, o giro financeiro da Bovespa foi de R$8,04 bilhões, com o mercado à vista em R$7,69 bilhões. Os destaques do dia, entre as blue chips, foram as ações da Petrobras, que avançaram com a ratificação de venda de ativos e apoiadas também na alta do preço internacional do petróleo.
A aversão ao risco do País prosseguiu decaindo, com o CDS de 5 anos do Brasil fechando em 246 pts, ante 251 pts da véspera. Pelo andar da carruagem, houve continuidade de ingresso de capital externo, que ajudou a sustentar a bolsa brasileira no atual patamar.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado disponível, no dia 5 de setembro, ocorreu entra líquida de capital externo de R$32,868 milhões, que passou a acumular R$640 milhões em setembro e R$15,648 bilhões em 2016.
Agenda Econômica
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), domesticamente, o IGP-DI variou +0,43% em agosto, versus -0,39% em julho, vindo superior ao consenso de mercado, em +0,28%. Os seus três subíndices assim oscilaram: IPA-DI em +0,50% (-0,81% em julho), com o IPA agrícola em +0,88% (-2,01% em julho) e o IPA industrial em +0,34% (-0,30% em julho); o IPC-DI em +0,32% (+0,37% em julho); e o INCC-DI em +0,29% (+0,49% em julho). O indicador passou a acumular +6,07% no ano e +11,27% em 12 meses.
Externamente, o BCE (Banco Central Europeu) não modificou suas principais taxas de juros: a de depósitos (instituições financeiras) em -0,400% (mínima histórica) e a de refinanciamento (empréstimos) em 0,000%, citando que assim poderão permanecer por um período prolongado.
Também, manteve seu programa de estímulo (quantitative easing) de compras de 80 bilhões de euros em ativos, não comentando ampliação deste valor, mas que poderá seguir além do prazo limite de março de 2017, caso seja necessário.
Em relação a zona do euro, o banco alterou projeção do PIB para 1,7% em 2016 (1,6% em junho), 1,6% em 2017 (1,7% em junho) e 1,6% em 2018 (1,7% em junho). Já para o núcleo da inflação ao consumidor, cuja meta é quase 2,00%, as estimativas são agora +0,2% (igual em junho) em 2016; +1,2% em 2017 (+1,3% em junho); e +1,6% em 2018 (igual em junho). Na China, na noite de hoje, ainda sairão os dados de inflação ao atacado e ao consumidor.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio (interbancário), após operar praticamente toda a sessão em queda, influenciado pelo mercado externo de moedas, o dólar finalizou em leve elevação, cotado a R$3,2160 (+0,12%). A divisa norte-americana passando a acumular -1,05% na semana, -0,31% no mês, -18,81% no ano e -15,77% em 12 meses.
O CDS de 5 anos do Brasil terminou em 245 pts, versus 251 pts da última terça-feira (6/set), antes do feriado de 7 de setembro.
No mercado de juros futuros, em um dia de agenda relativamente vazia, os agentes foram cautelosos, aguardando desdobramentos nos campos políticos e fiscal, bem como no aguardo de novos indicadores econômicos, em especial o IPCA a ser divulgado amanhã no Brasil. Com isso, embora próximo à estabilidade, os juros na ponta curta da estrutura a termo da curva mostraram viés de baixa enquanto os médios e longos apresentaram avanço.
Bolsas no Exterior
Nos mercados estrangeiros, na Ásia, bolsas majoritariamente em alta refletindo números positivos da balança comercial chinesa, com o Japão sendo a exceção prejudicado pela performance de empresas do setor financeiro. Na Europa bolsas em direção mistas com os investidores reagindo à manutenção da política monetária por parte do BCE, manteve o tom dovish (ameno), mas, desapontou parte dos agentes ao não anunciar decisivamente a extensão do prazo para o programa de compra de bônus, que finda em março de 2017.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 08.09.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T , e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, analistas de investimento do BB INVESTIMENTOS