Diário do Mercado na 2ª feira, 12.09.2016
Semana inicia com Brainard amenizando a fala da sexta-feira de Rosengren, trazendo alívio momentâneo aos mercados.
O Ibovespa (58.586 pontos; +1,01%) após o tombo de -3,71% da última sexta-feira (9/set), apresentou uma ligeira recuperação embalado pela melhora no humor dos investidores em âmbito global, após a fala da dirigente do Fed, Lael Brainard, que defendeu que “o argumento para apertar a política de maneira preventiva é menos convincente”.
O discurso foi considerado dovish (brando) e contrapôs até determinado ponto o discurso de Rosengren, presidente do Fed de Boston, que na sexta feira atuou como catalisador da aversão a risco nos mercados ao indicar que alta gradual dos juros norte-americanos era “apropriada”.
Enfim, o índice brasileiro acompanhou de perto a trajetória altista dos índice das bolsas de Nova York. Preliminarmente, o giro financeiro da Bovespa foi de R$ 6,16 bilhões, com o mercado à vista somando R$ 5,89 bilhões.
A alta de hoje foi capitaneada pelas ações da Petrobras, do setor de siderurgia e mineração e pelo setor de bancos – os maiores e mais líquidos do índice doméstico.
No último dado disponível, no dia 8 de setembro, ocorreu entrada líquida de capital externo de R$ 62 milhões, passando a acumular saldos positivos de R$ 1,02 bilhão em setembro e de R$ 16,03 bilhões em 2016.
Na agenda econômica (pg.3 do Anexo), domesticamente, a primeira prévia do IGP-M de setembro mostrou variação de +0,38%, mostrando algum fôlego inflacionário ao acelerar ante a estabilidade (0,00%) da primeira prévia de agosto, bem como, superou ligeiramente as estimativas de mercado, que aguardavam na mediana 0,30%, mostrando que talvez o efeito das recentes quedas do câmbio sobre o indicador possa ter se dissipado.
Na decomposição do indicador, os números desta prévia ante equivalente período do mês anterior assim vieram: IPA-M: +0,51% (-0,13% na 1ª prévia de agosto); IPC-M: +0,08% (+0,33% na 1ª prévia de agosto); INCC-M: +0,23% (+0,10% na 1ª prévia de agosto). A coleta da primeira prévia abrangeu o período entre os dias 21 a 31 de agosto e, com esta informação, o índice agora acumula altas de 6,65% em 2016 e de 10,86% em 12 meses.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio (interbancário), influenciada pela redução da aversão a risco em âmbito global na sessão, a divisa norte-americana finalizou esta sexta-feira em queda, a R$ 3,2480 (-0,95%). Com o movimento, a moeda passa a oscilar +0,68 no mês, -18,00% no ano e -16,27% em 12 meses
Nos juros futuros, na esteira do arrefecimento à aversão ao, risco derivado do discurso dovish (brando) de Lael Brainard do Fed, toda a estrutura a termo da curva de juros retraiu-se, com maior viés evidenciado nas pontas média e longa. Já o CDS brasileiro de 5 anos terminou “de lado”, em 254 pts, versus 255 na sessão anterior.
Nos mercados estrangeiros, na Ásia, bolsas em forte queda na madrugada descontando a arbitragem relativa ao ocidente, reagindo com atraso ao discurso de Rosengren ainda da sexta-feira.
Na Europa o dia também foi de mercados no vermelho, com as bolsas completando o movimento baixista iniciado na sexta-feira por conta do discurso de Rosengren, sem tempo para reação à fala de Brainard na tarde de hoje, quando os mercados europeus já se encontravam fechados.
Nos EUA, o alívio nos mercados acionários aconteceu em resposta ao discurso de hoje da já acima citada diretora do Fed.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 12.09.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, analistas de investimento do BB Investimentos
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