Diário do Mercado na 6ª feira, 16.09.2016
Bolsa tem queda na 6ª feira de zeragem de opções, em semana marcada pelo retorno de maior volatilidade
Após a sessão anterior, que denotou encorajamento dos investidores, a 6ª feira iniciou com sinal amarelo vindo dos EUA.
O dado de inflação ao consumidor maior do que o esperado em agosto contribuiu, ainda que marginalmente, para o aumento das apostas em um iminente início do ciclo de normalização da política monetária por lá, colocando o já sensível mercado novamente na defensiva.
Ibovespa
Por aqui, o Ibovespa (57.079 pts; -1,43%) retraiu-se no embalo da maior aversão ao risco percebida, destacando-se no campo de baixa as ações da Petrobras e da Vale, que são carros-chefes do mercado de opções, em dia de zeragem de posicionamentos e cujo exercício de setembro findará na próxima 2ª feira, 19.09.
Também, os papéis do setor de bancos. Para a petrolífera pesou também uma nova queda do petróleo como fator negativamente contributivo. Preliminarmente, o giro financeiro da Bovespa foi de R$ 7,50 bilhões, com o mercado à vista somando R$ 7,24 bilhões.
Agenda Econômica
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), externamente destaque para dados mistos nos EUA.
Nos EUA
Enquanto a prévia do índice de confiança do consumidor da universidade de Michigan de setembro, em 89,8, desapontou o mercado, que aguardava avanço a 90,6 dos 89,8 da medição anterior.
Já a inflação ao consumidor (CPI) de acima do 0,1% esperado, ao passo que o núcleo do indicador, que exclui itens voláteis como alimento e energia, avançou 0,3%, maior do que o 0,2%. No comparativo com agosto de 2015, o indicador e seu núcleo em agosto mostraram avanços de 1,1% e 2,3%, versus 0,8% e 2,2% respectivamente.
Cabe frisar ainda que, mesmo tendo subido esta medida de inflação ao consumidor, não expressa uma métrica que poderia influenciar a decisão do Fed em relação ao nível de juros.
Os agentes podem até interpretar este CPI como um “antecedente”, visto que não é a inflação mais influente na análise da autoridade monetária. Enfim, o Fed monitora a dinâmica do núcleo do PCE - Personal Consumption Expenditure - que entende ser melhor referência de inflação que impacta o poder aquisitivo das famílias norte-americanas.
No Brasil
Domesticamente, tivemos apenas o volume do setor de serviços divulgado pelo IBGE, em -4,5% em julho, ante -3,4% em junho. No indicador, que apresenta defasagem de dois meses, ainda que tenha havido retração frente à julho de 2015 sobre igual métrica medida no mês anterior, o impacto no mercado foi nulo, pois o número veio estritamente em linha com o já projetado pelos agentes.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio (interbancário), o dólar, seguindo o comportamento no mercado internacional, perdeu terreno perante o real, finalizando o dia em cotado a R$ 3,2670 (-0,97%).
A volatilidade, no entanto, permaneceu elevada uma vez que a divisa iniciou os negócios em aguda alta, prosseguida de um período de acumulação até aproximadamente às 14h, quando engrenou trajetória de baixa que perdurou até o final da sessão.
Nos juros futuros, influenciada pela retração do dólar, que triunfou na queda de braço contra a maior aversão ao risco externa, a curva da estrutura a termo da taxa de juros cedeu em toda a sua extensão. O inverso foi visto no movimento do CDS brasileiro de 5 anos, que avançou ligeiramente para 274 pts hoje, contra 272 pts da véspera.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 16.09.2016, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T Rafael Freda Reis, CNPI-P, analista de investimentos do BB Investimentos