MAGAZINE LUIZA - Resultado no 1º trimestre/2021
Positivo; companhia segue firme no crescimento com rentabilidade
O resultado referente ao 1T21 da Magazine Luiza foi positivo, em nossa opinião. Mesmo com as adversidades vivenciadas no trimestre por ocasião do fechamento temporário de lojas físicas, a companhia foi capaz de entregar expressivo crescimento de receita amparado pela expansão de lojas físicas e, principalmente, pelos canais de venda digital (1Pe 3P), com manutenção de margem operacional.
Desempenho das Ações.
Os papéis MGLU3 acumulam queda de 13,8% no último mês e 23,3% desde o início do ano. O fraco desempenho reflete, em nossa visão, o aumento da competição no comércio eletrônico, com grandes concorrentes realizando iniciativas para aumentar sua participação no mercado, o que leva os investidores a trocarem de posições entre empresas do setor.
Mesmo diante desse cenário mais desafiador, mantemos nossa convicção de que a Magazine Luiza é diferenciada frente aos seus pares, dada a sua capacidade em manter forte crescimento trimestre após trimestre com manutenção de rentabilidade. Diante disso, mantemos nosso preço-alvo para o final de 2021 em R$ 27,10 e a recomendação de Compra.
Desempenho econômico-financeiro.
As vendas totais (“GMV” na sigla em inglês) totalizaram R$ 12,5 bilhões, 62,8% superior a/a e em linha com as nossas estimativas (-0,4% r/e). O forte crescimento observado é resultado das vendas pelos canais digitais, com as vendas de 1P (estoque próprio) crescendo 121,5% a/a e as vendas de 3P (plataforma de marketplace para venda de produtos de parceiros) crescendo 98,0% a/a. Merece destaque o desempenho das lojas físicas que, apesar de terem enfrentado fechamentos temporários ao longo do trimestre, tiveram um crescimento de 3,7% a/a, favorecido pela abertura de 154 novas lojas e quiosques nos últimos 12 meses.
A margem bruta caiu 2,1 p.p. a/a, em linha com as nossas expectativas (-0,3 p.p. r/e), em decorrência do mix de canal, dado que as vendas digitais pelo 1P contam com margens menores. Mesmo com queda de margem bruta, a margem EBITDA Ajustada manteve-se estável na comparação anual (+0,3 p.p. r/e), reflexo do ganho de alavancagem operacional com maior diluição das despesas com vendas, gerais e administrativas, as quais representaram 20,4% da receita líquida, ante 22,2% no 1T20.
A grande surpresa foi a margem líquida, que atingiu 3,1% no 1T21, 2,5 p.p. superior a/a e +2,6 p.p. r/e, favorecida por um evento não recorrente no valor de R$ 268 milhões relacionado à reversão de provisões tributárias. Excluído esse efeito, a margem líquida teria vindo em 0,7%, acompanhando a melhoria de 0,1 p.p. da margem operacional e em linha com as nossas estimativas.
No que se referente à alavancagem financeira, a Magazine Luiza finalizou o 1T21 com uma posição de caixa líquido de R$ 4,2 bilhões, o que corresponde a uma relação Caixa Líquido/EBITDA de 2,5x (ante 2,4x no 1T20).
Ao nosso ver, a manutenção desse nível de alavancagem é saudável e deixa a companhia em uma posição favorável para aproveitar eventuais oportunidades que surjam relacionadas à aquisição de outros negócios, assim como tem feito nos últimos meses. Por fim, quanto aos investimentos, o Capex do trimestre totalizou R$ 160,4 milhões, equivalente a 1,3% do GMV total. Referidos investimentos foram alocados em novas lojas (18%), reformas de lojas (10%), tecnologia (45%), logística (12%) e outros (15%)
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por
GEORGIA JORGE, analista senior do BB INVESTIMENTOS