Lojas Renner | ESG - Resultado no 1º trimestre/2021
Negativo; queda de desempenho mesmo diante de uma fraca base comparativa
O resultado referente ao 1T21 da Lojas Renner foi negativo, em nossa visão. Mesmo diante de uma base comparativa bastante fraca, já afetada negativamente pela pandemia do Covid-19, a companhia apresentou expressiva queda de receita e de margens, muito aquém das nossas estimativas.
Desempenho das Ações.
Os papéis de LREN3 acumulam alta de 6,4% no último mês e de 40,0% nos últimos doze meses. Ao nosso ver, essa performance positiva reflete a expressiva queda observada no papel no auge da pandemia, o que deixou a ação excessivamente descontada.
No entanto, diante da alta observada, entendemos que o preço corrente já está muito próximo do que consideramos como justo, além de observarmos ainda um cenário bastante desafiador para a companhia no curto prazo.
Por essa razão, mantemos nossa recomendação como Neutra, com preço-alvo para o final de 2021 em R$ 45,00.
Desempenho econômico-financeiro.
A receita líquida consolidada totalizou R$ 1,6 bilhão, queda de 15,2% a/a e bem abaixo das nossas estimativas (-20,1% r/e). O fraco desempenho foi resultado tanto da queda na venda de mercadorias (-12% a/a e -17,5% r/e), em função do fechamento temporário de lojas, quanto da receita com produtos e serviços financeiros (-30,8% a/a e -33,1% r/e), em decorrência dos maiores períodos de restrição de operação e menor uso dos cartões de crédito em geral.
Já a margem bruta atingiu 58,4%, queda de 4,2 p.p. a/a e -1,7 p.p. r/e, reflexo da desvalorização do real, inflação nos custos de matéria-prima e um ambiente promocional mais expressivo do que usual.
Dada a menor margem bruta e a perda de alavancagem operacional com a queda da receita líquida, a margem EBITDA Ajustada caiu 9,5 p.p. na comparação anual (-14,9 p.p. r/e), impactada negativamente, ainda, pelo aumento das despesas relacionadas às inciativas digitais de seu planejamento estratégico.
Apesar da queda de margem operacional, vale observar que o resultado de produtos financeiros foi beneficiado pela melhora na qualidade de crédito, com redução em 73,95% a/a das perdas líquidas no período.
Já a margem líquida veio negativa em 9,3% (-9,7 p.p. a/a), reflexo da perda de margem operacional mencionada acima e da piora do resultado financeiro líquido em função do aumento do endividamento da companhia.
A esse respeito, observamos que a dívida bruta somou R$ 3,8 bilhões, R$ 1,3 bilhão superior a/a, o que levou sua alavancagem financeira, medida pela relação Dívida Líquida/EBITDA, a 0,99x ante 0,41x no 1T20.
Já os investimentos do trimestre totalizaram R$ 264,1 milhões, equivalente a 16,7% da receita líquida. Do total, cerca de 60% foi aplicado na construção do novo centro de distribuição da companhia, 32% na abertura e reforma de lojas e 8% em TI.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise a respeito,
elaborado por GEORGIA JORGE, analista senior do BB INVESTIMENTOS
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