Entidades criticam decisão de manter Selic em 11% e defendem redução
Entidades representativas da indústria e de trabalhadores do setor financeiro criticaram a decisão do COPOM Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) de manter a SELIC em 11% ao ano, pela 3ª vez consecutiva.
A CNI Confederação Nacional da Indústria, a FIESP Federação da Indústria do Estado de São Paulo e a CONTRAF Confederação Nacional de Trabalhadores do Ramo Financeiro defendem redução da taxa.
A previsão do mercado financeiro, no entanto, é que a Selic permaneça sem alterações até o fim de 2014.
A CNI divulgou nota dizendo que a manutenção dos juros “prolongará as dificuldades da indústria brasileira e a retomada da atividade produtiva”. Para a entidade, é necessária a redução gradual dos juros para “retorno dos investimentos, aumento do consumo e retomada do crescimento da indústria”.
A FIESP também emitiu comunicado em que classificou de “erro” a manutenção da Selic.
“A divulgação dos resultados do PIB [Produto Interno Bruto] no segundo trimestre confirmou o que todos já sabiam: a economia brasileira encontra-se em recessão. O caso da indústria de transformação é ainda pior, pois a queda do segundo trimestre foi a quarta consecutiva. Os investimentos também mostraram a mesma dinâmica”,
diz a FIESP, que atribui as declarações ao presidente da entidade, Benjamin Steinbruch.
No último dia 29, o IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística informou que houve queda de 0,6% do PIB no 2º trimestre, em relação aos três primeiros meses do ano.
De acordo com a FIESP, em função do resultado do PIB e da diminuição da confiança das empresas e dos consumidores, era esperado um corte na taxa Selic.
A CONTRAF também condena a manutenção da taxa básica de juros em 11% ao ano. Para a entidade, não há necessidade de manutenção dos juros no mesmo patamar com inflação “próxima de zero” e o PIB “sem sair do lugar”.
Na avaliação da CONTRAF, a decisão freará o crescimento econômico e trará consequências ruins para os trabalhadores, com possibilidade de desemprego.
Gastos Públicos
A FIRJAN Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, por sua vez, divulgou nota na noite desta 4ª feira, 03.09, em que qual critica a decisão do COPOM de manter a SELIC em 11% ao ano, e diz que
“uma política fiscal mais equilibrada, com redução dos gastos públicos de natureza corrente, é essencial para um recuo sustentável da inflação, de forma a abrir espaço para um processo de queda permanente da taxa de juros”.