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Internacional


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02 de Outubro de 2024
as 13:10:04



EDITORIAL - Israel de BIBI em 3 Frentes de Guerra: Líbano, Gaza e Irã


Acossado pela polícia federal de Israel e pelo Tribunal Penal Internacional, Bibi mobiliza-se em 'mostrar serviço' para manter-se imprescindível a israelenses e EUA.
 
EDITORIAL
Israel de BIBI em 3 Frentes de Guerra:
Líbano, Gaza e Irã
4ª feira, 02.10.2024
 
Nesta 4ª feira, 02.10.2024, Israel Katz, ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, informou em rede social X (ex-twitter) que António Guterres, secretário-geral da ONU, é considerado "persona non grata" em Israel e porisso não será admitida sua entrada no país.
 
Katz justificou a medida porque a ONU, alegadamente, (1) não teria condenado o ataque do Irã a Israel, realizado na 3ª feira, 01.10.2024; (2) não teria denunciado "o massacre e atrocidades sexuais que teriam sido cometidos por membros do Hamas, em 07.10.2023; bem como (3) por não ter a ONU declarado o HAMAS uma "organização terrorista”.
 
Ademais, Katz acusou Guterres de apoiar “terroristas, violadores e assassinos do Hamas, do Hezbollah, dos Houthis e agora do Irã – a nave-mãe do terror global”. “Com ou sem António Guterres”, Israel vai continuar “a defender os seus cidadãos e a defender a dignidade nacional”, escreveu Katz.
 
Contudo, as acusações contra Guterrez não têm fundamento, porquanto o secretário-geral da ONU manifestou-se contra a investida militar do Hamas imediatamente após após sua ocorrência, em 07.10.2023, nos seguintes termos:
 
“Condenei inequivocamente os horríveis e sem precedentes atos de terror de 7 de outubro perpetrados pelo Hamas em Israel ... Nada pode justificar o assassinato, o ferimento e o rapto deliberados de civis – ou o lançamento de foguetes contra alvos civis. Todos os reféns devem ser tratados humanamente e libertados imediatamente e sem condições.
“É importante reconhecer também que os ataques do Hamas não aconteceram no vácuo. O povo palestino foi submetido a 56 anos de ocupação sufocante. 
"Os palestinos viram suas terras constantemente devoradas por colonatos e atormentadas pela violência; a sua economia foi sufocada; as suas pessoas foram deslocadas e as suas casas demolidas. Mas as queixas do povo palestiniano não podem justificar os terríveis ataques do Hamas. E esses ataques terríveis não podem justificar a punição coletiva desse povo”.
 
O direito internacional reconhece a legitimidade da reação armada de um povo contra um estado opressor e classifica como colonialismo essa opressão. Por essa razão a Carta das Nações Unidas não reconhece como "terrorismo" a ação militar do Hamas contra Israel.
 
Após tentativas de pacificação e cessação do avanço militar israelense em Gaza, promovidas sem sucesso pela representação brasileira na ONU, no período que ocupava a secretaria do Conselho de Segurança, os membros da ONU apoiaram moção, em setembro último, que apelou ao governo israelense para cessar e reverter a ocupação por quase seis décadas de território palestino da Cisjordânia.
 
É sabido que a ONU não tem poder militar para deter Israel, uma potência nuclear que conta com apoio dos EUA, outra potencia nuclear. Desse modo, Israel tem avançado sua posse territorial para além do território que lhe foi originalmente atribuido em 1948, quando do reconhecimento do estado de Israel pela Assembleia Geral da ONU.
 
Não bastante a ocupação territorial que o caracteriza como estado colonialista, Israel tem se configurado também como estado étnico, por não reconhecer direito de cidadania à parcela da população não classificada como judaica, conforme aprovado por sua assembleia unicameral de representantes (deputados), a Knesset.
 
Ademais, o governo israelense comandou o assassinato cerca de 45.000 palestinos em sua investida militar sobre Gaza, desde outubro de 2023. Sua meta declarada é a destruição do Hamas e a libertação de cerca de 400 israelenses mantidos como reféns por esse grupo político, que na realidade é um partido político, constituiu-se em governo eleito pela população de Gaza e que tem seu braço armado para auto-defesa contra as investidas colonialistas e totalitárias dos vários governos israelenses, em face dos "56 anos de ocupação sufocante", conforme mencionou Guterrez.
 
Objetivo não-declarado da investida militar do governo israelense sobre Gaza, contudo, é a expulsão do povo palestino e sua completa evacuação ao território egípcio, na região do Sinai.
 
Essa estratégia tornou-se evidente, de início, com o bombardeio israelense da região norte de Gaza e a indução dos palestinos ao deslocamento para o sul. E, em um segundo momento, o bombardeio da região sul onde a população havia chegado e o bloqueio de seu acesso de volta à região norte de Gaza. Não tendo para onde se deslocar e sob bombardeio israelense, o povo palestino marcharia  para mais ao sul e adentraria no território do Egito, na região do Sinai.
 
O governo egípcio, consciente dessa iniciativa israelense, sobre a qual teria sido consultado, segundo algumas fontes, deslocou suas tropas à região de fronteira com Israel para bloquear o acesso palestino ao seu território no Sinai. Sua alegação para ter se negado a receber os palestinos foi a de já acolher cerca de 4 milhões de refugiados do Sudão e de outras procedências africanas; e de não ter condições materiais para abrigo e manutenção de outros 2 milhões de palestinos.
 
Em face de tantos crimes de guerra, Benjamin Netanyahu teve contra si expedido mandato de prisão pelo Tribunal Penal Internacional TPI, por crimes contra a humanidade cometidos durante a guerra na Faixa de Gaza.
 
Diante da perspectiva de prisão no exterior, pelo TPI, e de prisão em Israel, pela Polícia Federal israelense, em processo criminal por suspeita de corrupção; diante, também, do expressivo movimento popular nas ruas de Israel, em prol da libertação dos reféns, considerado também o fracasso concreto da operação militar israelense em Gaza, nos objetivos de obter a libertação dos reféns e a destruição do Hamas, restou a Benjamin Netanyahu a demonstração de força através do bombardeio do sul do Líbano e de Beirute e sua tentativa de invasão terrestre. O Líbano! Um país soberano e associado a ONU, bombardeado e invadido pelas Forças de Defesa de Israel FDI, sob o argumento da necessidade de total destruição do Hezbollah, este também um partido político e com braço armado para fazer frente à recidiva invasão e ação bélica de Israel contra o Líbano.
 
A invasão israelense do Líbano foi precedida pela explosão, em 17.09.2024, de centenas de walkie-talks e pagers em todo o país, utilizados por integrantes do Hezbollah e pela população civil.  Atribuída ao Mossad, famoso serviço de inteligência de Israel, a ação teria consistido na instalação de explosivos em cada um dos pagers e seu resultado foi a morte de ao menos 12 pessoas e cerca de 2 mil feridas.
 
Na sequência, teve lugar o bombardeio israelense do sul do Líbano, desde 26.09.2024, alegadamente em busca do estabelecimento de uma "área tampão" no local de onde partem os mísseis do Hesbollah em direção a Israel. As FDI realizaram também intenso bombardeio de Beirute, objetivando o assassinato dos comandantes do Hezbollah. Nesta açao foi assassinado todo o alto comando do Hesbollah, inclusive o reverenciado chefe do grupo, Hassan Nasrallah. Foram destruídos dezenas de prédios e civis foram mortos com mísseis de destruição até nível do subsolo onde estava reunido o comando do Hesbollah.
 
As FDI passaram então ao avanço da infantaria por terra no sul do Líbano, na 4ª feira, 02.10.2024. O objetivo da ação terrestre seria a destruição da extensa rede de tuneis subterrâneos onde o Hesbollah mantem gigantesco estoque de misseis, equipamentos de lançamento e suprimentos. Enfrentaram, contudo, forte resistência dos soldados do Hesbollah que, em emboscadas, mataram 8 soldados israelenses, entre oficiais e sargentos, além de dezenas de feridos, alguns em estado crítico, conforme relatado pelo diário israelense Haaretz. Há relatos de que a ação militar terrestre das FDI foi frustrada e não teve seguimento, a região não foi ocupada pelas FDI.
 
Com os bombardeios contra Beirute e a tentativa de invasão do sul do Líbano, as Forças de Defesa de Israel, passaram a operar em uma segunda frente de batalha, que se soma a ação destrutiva israelense em Gaza, que estará completando um ano neste mês de outubro.
 
Uma terceira frente de batalha soma-se a essas duas: após algumas humilhações impostas por Israel ao Irã, as forças armadas do Irã realizaram um ataque sem precedentes contra Israel, ao lançarem 181 mísseis contra o território de Israel, no início da noite de 3ª feira, 01.10.2024, segundo dados do próprio governo de Israel.
 
De acordo com o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica do Irã, os mísseis foram uma resposta aos ataques de Israel à Faixa de Gaza e ao Líbano, assim como aos assassinatos de seus oficiais e líderes do Hesbollah, inclusive Hassan Nasrallah.
 
A despeito das declarações do governo israelense, relatando que os mísseis iranianos tiveram taxa muito baixa de acerto em Israel, as imagens da 'chuva' de mísseis demonstram o contrário. Os mísseis iranianos foram direcionados a instalações militares e áreas estratégicas israelenses, Não foram voltados a edifícios residenciais, importante razão da inexistência de mortos e feridos na população civil israelense, exceto os atingidos a distância por destroços.
 
Um dos locais chaves israelenses bombardeados pelo Irã foi a base aérea de Nevatin, onde teriam sido destruídos cerca de 25 caças F-35 israelenses e estoques de mísseis de Israel. Localizada no deserto de Negev, essa base aérea é também importante por ser ponto de entrada de mísseis e materiais bélicos provenientes dos EUA, fornecidos a Israel para o bombardeio de Gaza e do Líbano, bem como para municiar o sistema de defesa aérea israelense, Domo de Ferro.
 
A ação bélica israelense em três frentes de batalha, Líbano, Irã e Gaza, ao tempo que traz risco militar considerável a Israel, permite a Benjamin Netanyahu manter-se mobilizado na estratégia de 'a melhor defesa é o ataque', em sua busca de obter unidade israelense em torno de si, para sua permanência como primeiro ministro, meio de neutralizar a ação judicial e da polícia federal contra si, em processo criminal por corrupção.
 
A ação bélica tripla também permite minimizar o efeito político da expedição de ordem de prisão contra Bibi pelo Tribunal Penal Internacional, além de atrair os EUA para a guerra contra o Irã e, com isso, viabilizar a busca da destruição das instalações de beneficiamento de urânio iranianas, que, segundo Netanyahu, estaria prestes a ter capacidade de produção de ogivas nucleares.
 
Alem disso, muito importante, a ação bélica tripla viabiliza o apossamento por Israel das ricas jazidas de gás e petróleo no pré-sal no Mar Mediterrâneo, que (1) ficam em frente ao território de Gaza, de onde as FDI expulsam os palestinos; e, também, (2) em frente à porção sul do Libano, que as FDI buscam ocupar e expulsar o Hesbollah para estabelecimento de um "território tampão".
 
O compartilhamento da exploração dessas jazidas de gás e petróleo com empresas norte-americanas e inglesas apresenta-se com um trunfo para a permanência de Bibi no poder em Israel.
 
No que diz respeito ao envolvimento da China, não há interesse algum seu em desestabilizar politica e economicamente o Oriente Médio e o sistema mundial, mesmo porque ela própria está em processo de estabilização econômica, diante de problemas domésticos com o setor financeiro imobiliário. Desse modo, a China poderia operar como fator de contenção bélica e de dissuasão, menos em virtude de seu poderio militar e muito mais por sua capacidade de realizar investimentos bilionários em países a conquistar em direção ao seu próprio interesse, a 'Nova Rota da Seda'.
 
No que diz respeito à Rússia, o interesse imediato fora desestabilizar o governo Biden, frustrar suas ações, desmoralizá-lo e obstaculizar sua reeleição por meio da resiliência russa prolongada no conflito com a Ucrânia, até as eleições norte-americanas. Mas a própria senilidade de Biden atropelou sua reeleição. Em paralelo, se as relações russas com Israel têm sido favoráveis, o acordo militar secreto Rússia-Irã tende, contudo, a perfilar a Rússia gentilmente ao lado do Irã, de modo que, no mínimo, ambos intensificam a troca de meios militares, munições, tecnologias, caças russos ao Irã e, certamente, treinamento e capacitação para seu emprego.
 
Devemos nos lembrar que, em novembro de 2023, Irã e Rússia concluiram o acordo que viabiliza a compra de caças Sukhoi Su-35 pelo Irã, além de helicópteros de ataque MI-28 e jatos de treinamento Yak-130. Paralelamente, o Irã cedeu drones de sua produção e sua tecnologia à Rússia, que a aprimorou e, com isso, garantiu seu poder aéreo no conflito com a Ucrânia. O Irã teve convite para entrar nos BRICS e, assim, Irã e Rússia "estão abraçados". Pouco provável que seja um 'abraço de afogado', pois, em contraposição, EUA e Israel, igualmente abraçados, já enfrentam problemas nas cadeias produtivas de equipamentos e suprimentos militares e poderão ter comprometidos seus projetos de dominação militar do Oriente Médio, por dependerem de importações de terras raras e metais especiais fornecidos ao mercado internacional predominantemente por Rússia e China.
 
O prolongamento do conflito com a Ucrânia serviu ao propósito de reduzir a capacidade de reposição de material bélico de todo o Ocidente, em razão da dependência daqueles insumos produzidos por Rússia e China. Assim, Putin, em sua inegável sabedoria estratégica, deve estar reconhecendo que a parceria de curto, médio e longo prazo com Israel está 'minada'.
 
O fato é que, com o governo israelense em mãos da ultra-direita fascista, o Estado de Israel tornou-se um estado racista, colonialista e genocida ... e com o apoio do desavergonhado governo norte-americano. De início, também com o apoio do Reino Unido; mas após a vitória Partido Trabalhista no poder, há um parceiro a menos para Israel.
 
Fora da lei e reconhecido como pária internacional, o futuro do estado, da sociedade e da nação israelense é obscuro. A tendência é o agravamento dos conflitos bélicos, a decadência econômica e a redução populacional, para cuja solução a destituição e possível prisão de Benjamin Netanyahu poderá tornar-se uma sinalização ao mundo de que algo de bom poderá acontecer em Israel. Ilusão, certamente, pois a composição da câmara dos representantes, a Knesset, é de maioria da ultra-direita, que manterá as políticas, o apartheid e o sonho 'salomônico' de um Grande Israel, do Nilo ao Eufrates, possivelmente sob um novo 'comandante' primeiro-ministro, também de ultra-direita.
 
Para serem verdadeiras e terem sucesso, as mudanças em Israel terão de ser mais profundas. De início, no mínimo, um governo israelense de transição e eleições gerais, nessa ordem. Na sequência, uma assembleia constituinte para a elaboração da Primeira Constituição do Novo Estado de Israel, um estado democratico, multiétnico, que acolha judeus, árabes, muçulmanos, cristãos etc.
 
Para isso, o possível governo Kamala Harris nos EUA não poderia lhe ser cordato, teria de exigir-lhe o retorno à civilização ao eventual novo governo israelense centrista e democrático a substituir Bibi. Algo difícil para o partido Democrata e para o stablishment norte-americano, notadamente se for compartilhada com empresas dos EUA e Reino Unido a exploração das jazidas de óleo e gás tomadas de Gaza e do Líbano.
 
Tal como recentemente obteve sucesso na aproximação e restabelecimento das relações diplomáticas entre os governos da Arábia Saudita e do Irã, no caso de um eventual novo gabinete civilizado em Israel, o governo chinês também se apresentaria pacificador e benevolente em recursos financeiros condicionados (1) para a paz em toda a região do Oriente Médio e (2) para a reconstrução das infraestruturas destruídas, em Gaza, no Líbano e na Síria, oportunidade para as empresas brasileiras de engenharia pesada, ora sendo ressuscitadas da miserável Lavajato.


Fonte: Da Redação JF e com informações também da Gazeta do Mundo, Twitter, Haaretz e Poder360





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