Aviação executiva impulsiona 3T24 da Embraer (EMBR3).
BB-BI analisa os resultados do 3T24 da Embraer, com preço-alvo e recomendação.
A Embraer divulgou um resultado do 3T24 positivo, em nossa opinião, com destaque para a unidade de Aviação Executiva.
A receita líquida foi de R$ 9,4 bilhões (+50% a/a); o EBITDA ajustado foi de R$ 2,0 bilhões (+168% a/a), com margem de 21,1% (9,4 p.p. a/a); o EBIT ajustado de R$ 1,6 bilhão (+232% a/a) com margem de 17,6% (9,7 p.p. a/a); e o lucro líquido ajustado de R$ 1,2 bilhão (+600% a/a). O fluxo de caixa livre ajustado sem Eve foi de R$ 1,4 bilhão (~5x mais do que o mesmo período do ano anterior) e a alavancagem ficou em 1,1x Dívida Líquida sem Eve / EBITDA ajustado UDM (-0,3x a/a), sem vencimentos de dívida relevantes até 2027.
No operacional, a companhia entregou 59 jatos (+16 a/a), sendo 16 comerciais, 41 executivos e 2 cargueiros multimissão, e evoluiu em seu backlog, que fechou o trimestre em US$ 22,7 bilhões (+25% a/a), continuando no maior nível dos últimos 9 anos.
Aviação Comercial
Foram entregues 16 jatos comerciais (+1 a/a), sendo 4 E1-175 e 12 E2-195 e receita líquida de R$ 2,6 bilhões (+26% a/a), com margem EBIT ajustada de -4,8% (4,7 p.p. pior do que o 3T23), devido a atrasos na cadeia de suprimento e mix de produtos menos favorável.
Aviação Executiva
A unidade foi o principal destaque do trimestre, com entrega de 41 jatos, sendo 22 leves e 19 médios, e receita de R$ 3,1 bilhões (+86% a/a) favorecida pelo maior número de entregas e mix de produtos mais favorável. A margem EBIT ajustado foi de 16,3% (+5,5 p.p. a/a). A aviação executiva é pilar importante em nossa tese de investimento da companhia, com expectativa de continuidade da demanda corporativa para os próximos anos.
Defesa e Segurança
A unidade foi impactada por atrasos na cadeia de suprimentos e por um mix de clientes menos favorável, o que levou a uma queda de margem EBIT de 15,7% no 3T23 para 7,2% no 3T24, apesar das receitas de R$ 1,2 bilhão (87% acima do ano anterior).
Serviços e Suporte
As receitas do segmento foram de R$ 2,4 bilhões (+32% a/a), com margem EBIT de 18,7% (+3,9 p.p. a/a). Em conferência, a companhia declarou que espera crescer a unidade até 2028, quando deve atingir nível estável de maturidade.
Estimativas 2024 (guidance)
A Embraer atualizou suas projeções para 2024, a saber: (i) entregas entre 70 e 73 aeronaves em Aviação Comercial (antes, entre 72 e 80); (ii) 125-135 jatos em Aviação Executiva (inalterada); (iii) receitas consolidadas de US$ 6,0-6,4 bilhões (inalteradas); (iv) margem EBIT ajustada entre 9% e 10% (antes, entre 6,5% e 7,5%); e (v) fluxo de caixa livre ajustado de pelo menos US$ 300 milhões (antes, de pelo menos US$ 220 milhões). No geral, apesar da redução na estimativa de entregas, a revisão do guidance deve ter impacto positivo para as ações da companhia em nosso modelo e no mercado.
Recomendação e preço-alvo
Permanecemos otimistas com relação à Embraer, fundamentados na expectativa de crescimento das entregas tanto na Aviação Comercial quanto na Executiva, com forte geração de caixa, crescimento de margens e manutenção da baixa alavancagem, não obstante os riscos materiais de crise na cadeia de suprimentos do setor, que podem acarretar em atrasos para a companhia.
Portanto, reiteramos nossa recomendação de compra para EMBR3, com preço-alvo de R$ 60,00 para o final de 2025.
Confira no anexo a íntegra do relatório elaborado por
LUAN CALIMÉRIO,
analista de investimento do BB INVESTIMENTOS