Renda Fixa - Mercado Secundário de Debêntures em 14.03.2018
Inflação arrefecida e recuo das curvas reforçam momento positivo para as debêntures monitoradas
As principais referências do mercado de renda fixa continuam em configuração favorável, para o desempenho dos preços das debêntures no secundário, com destaque para os sucessivos recuos da curva DI, em linha com o consistente enfraquecimento da inflação, e para a melhoria dos indicadores de atividade da economia, como os dados do varejo e o próprio PIB.
A propósito, a análise gráfica dos principais yields do DI futuro e dos títulos NTN-B revela a continuidade da tendência, apontando para novas reduções, esperadas para as próximas semanas.
Com isto, a semana assistiu a mais um movimento de valorização de preço das 50 debêntures monitoradas, em média conjunta de 0,3%, com 37 papéis em alta e 3 em baixa – enquanto os estudos gráficos identificam 10 ativos em perfil altista e 2 sem definição de tendência.
No entanto, importa destacar a mudança dos perfis de ODTR11, que entrou em tendência indefinida, e MRSL17, que passou a configurar alta.
Por outro lado, a série RDVT11 ainda apresenta padrões gráficos mais frágeis, podendo alternar as recentes altas elevadas com quedas também acentuadas
Panorama.
Ao longo dos últimos 5 anos, o volume financeiro negociado no mercado secundário de debêntures apresentou expressiva volatilidade (em torno da média de R$ 44,5 bilhões por ano), com acentuado declínio de 2014 para 2015.
Em médias mensais, a negociação alternou meses com picos superiores a R$ 6,3 bilhões e vales abaixo de R$ 2 bilhões, enquanto a quantidade de séries negociadas registrou uma média mensal de 203 papéis, entre o máximo de 291, registrado em ago/2017, e o mínimo de 145 (em fev/2013).
No entanto, o segundo semestre de 2017 registrou uma recuperação dos volumes, especialmente nos meses de outubro a dezembro, mas com destaque para a elevada negociação de PETR25 e PETR35 e para a distorção provocada por apenas 2 operações de FERR19, que concentraram 10,83% do vomule total em dez/2017.
Desde os primeiros meses de 2016, os volumes se situaram no patamar inferior à média móvel de 12 meses, até atingir um novo pico em jun/2016, quando a liquidez se mostrou maior, tanto em número de negócios quanto em volume financeiro.
Contudo, cabe registrar que apenas 6 operações de RUMO11 responderam por 28% do volume total naquele mês. Da mesma forma, a série histórica também apresentou outras distorções em 2016: em out/2016, 8 operações de NCFP12 abrangeram 79,9% do volume do mês; em nov/2016, 2 operações de CCCP11 responderam por 19,73%; e, em dez/2016, a série BEEF13 compreendeu 23% do total, com apenas 2 transações.
Os dois picos registrados em out/2013 e set/2014 constituíram movimentos mensais atípicos e pontuais, não se tratando de sazonalidade, apesar da similaridade de datas. Em set/2014, houve forte negociação de títulos da Embratel (EBTE12, com 49,56% do volume do mês, e EBTE14, com 26,32%), ao passo que em out/2013, o mercado registrou aumento pontual no volume financeiro entre diversos títulos, como os de Rio Iaco Participações S.A., Votorantim Cimentos S.A. e Ultrapar Participações S.A., entre outros.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do Mercado Secundário de Debêntures, elaborado por RENATO ODO, CNPI-P, Analista Sênior, e JOSÉ ROBERTO DOS ANJOS, CNPI-P, Analista Sênior, ambos integrantes da equipe do BB Investimentos