Diário de Mercado na 3ª feira, 22.05.2018
Setor financeiro sobe em peso e interrompe três recuos seguidos do Ibovespa
Resumo.
Após três quedas consecutivas, o índice doméstico avançou 1,13%, impulsionado pelo setor financeiro, que contrabalanceou o recuo dos papéis ligados às commodities.
No exterior, os sinais foram mistos, os mercados acionários europeus fecharam com ganhos, ao passo que os pares norte-americanas caíram, apesar de passarem boa parte da sessão em alta.
No mercado de câmbio, o dólar seguiu em queda firme, afetado, principalmente, pelo aumento da oferta de swaps pelo Bacen. Na esteira do câmbio, a estrutura a termo dos juros futuros também recuou, repetindo comportamento da véspera.
Ibovespa.
Navegando predominantemente em campo positivo, o índice chegou a superar os 83 mil pts em sua máxima, mas, devolveu parte dos ganhos a caminho do fim. O setor financeiro subiu em peso e garantiu ainda um firme avanço para o índice, que teve, na outra ponta, as blue chips ligadas às commodities em queda, à exemplo de Suzano, Vale e Petrobras. A última, inclusive, chegou a reverter o recuo, auferindo ganhos (o que levou o Ibovespa à máxima intradiária) após anúncio de que a Cide seria zerada, mas, a despeito disso, encerrou com recuos tanto nas PNs como nas ONs.
O índice encerrou aos 82.738 pts (+1,13%), e acumula quedas de 0,41% na semana e 3,92% no mês, e altas de 8,29% no ano e 34,16% em 12 meses. O volume preliminar da Bovespa foi de R$ 14,32 bilhões, sendo R$ 13,81 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 6ª feira, 18.05, último dado disponível, houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 1,221 bilhão da bolsa, aumentando o saldo negativo do mês para R$ 2,233 bilhão e diminuindo o saldo positivo do ano para R$ 2,188 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a divulgação da ata da última reunião do Copom não trouxe surpresas. Na visão do Bacen, a projeção para o IPCA em 2018 é de 4,0%, a mesma projeção (4,0%) para 2019. Ou seja, ainda que reajustadas para cima, as projeções seguem ligeiramente abaixo das metas de 2018 (4,50%) e 2019 (4,25%).
O BC reiterou também o entendimento de que “a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural”. Ademais, reafirmou que a manutenção da taxa em 6,5% "reflete a mudança recente no balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2018 e, em maior grau, de 2019".
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) deu sequência à firme queda da véspera, chegando a tocar o patamar dos R$ 3,63 na mínima do dia, marcada também pela atuação mais agressiva do BC na oferta de swaps. No exterior, a divisa americana teve comportamento misto, ganhando ligeira força em relação à cesta das principais divisas e recuando levemente ante as moedas emergentes. O real registrou o melhor desempenho dentre as principais moedas.
O dólar encerrou cotado a R$ 3,6440 (-1,09%), recuando 2,46% na semana e acumulando alta de 4,00% no mês, 9,92% no ano e 11,40% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos desceu a 193 pts, ante 197 pts da véspera.
Juros.
Em movimento semelhante ao do dia anterior, os juros futuros encerraram a sessão regular em baixa, nas mínimas em alguns dos contratos. Os ajustes mais relevantes ocorreram na parte intermediária da estrutura a termo. Assim como no dia anterior, o arrefecimento do câmbio influenciou sobremaneira o rebaixamento da curva.
Para quarta-feira.
Brasil: Coleta de impostos, IPC-S FGV, FGV Confiança do Consumidor e IPCA-15;
EUA: PMI Manufatura, Vendas de casas já existentes, Pedidos de bens duráveis, Vendas de casas novas e FOMC – ata da reunião;
Alemanha: PMI Manufatura, PIB;
França: PMI Manufatura;
Reino Unido: IPC principal;
Zona do euro: PMI Manufatura.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 22.05.2018, elaborado por RICARDO VIEITES. CNPI, do BB Investimentos