O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na 4ª feira, 21.08, que a recusa da Dinamarca em vender a Groenlândia é "absurda".
"Achei que a declaração da primeira-ministra foi... nojenta",
disse Trump à imprensa na Casa Branca antes de partir para um evento de veteranos em Kentucky. "Foi uma declaração inapropriada."
Em vez de chamar a ideia de "absurda", a primeira-ministra Mette Frederiksen deveria ter simplesmente dito que seu país não estava interessado em vender, disse Trump.
Viagem cancelada
Após a recusa da Dinamarca em vender a Groenlândia, Trump cancelou uma viagem que faria à Dinamarca em setembro.
O presidente dos EUA confirmou no domingo que havia discutido recentemente a possibilidade de comprar a maior ilha do mundo, embora tenha dito que tal medida não era uma prioridade imediata.
O conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que a Groenlândia é um lugar estratégico e tem muitos minerais valiosos.
Trump havia afirmado na 3ª feira, 20.08, que os EUA há muito pensam em comprar a Groenlândia, e que ele considerou o plano uma boa ideia.
Mídia americana
De acordo com The Wall Street Journal, que cita fontes familiarizadas com o assunto na Casa Branca, Trump expressou várias vezes a vontade de adquirir o território autônomo que pertence à Dinamarca.
O jornal, porém, não relata se as afirmações do presidente quanto à ideia eram muito sérias, entretanto, ainda nem o Departamento de Estado nem a Casa Branca se manifestaram sobre tais especulações.
O presidente estadunidense mostrou interesse quanto aos recursos naturais e importância geopolítica da Groenlândia, pedindo aos seus conselheiros na Casa Branca para analisarem esta ideia.
De acordo com a mídia dos EUA, o Departamento de Estado tinha ponderado a opção de adquirir a maior ilha do mundo ao Reino da Dinamarca em 1946.
Políticos Dinamarqueses
Os políticos dinamarqueses haviam reagido com incredulidade aos relatos que Trump teria como objetivo comprar a Groenlândia e reafirmado quea maior ilha do mundo não está à venda.
As autoridades dinamarquesas não encaram este "projeto imobiliário" como algo que seja sensato, para não dizer possível.
"Se é verdade que ele [Donald Trump] está abordando esta ideia, esta é a prova final de que ele enlouqueceu ... Eu diria que a própria ideia de que a Dinamarca poderia vender 50 mil dos seus cidadãos aos EUA é absolutamente louca".
declarou o deputado do Partido Popular Dinamarquês, de direita, Soren Espersen ao jornal Jyllands Posten.
O ex-primeiro-ministro da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, reiterou as palavras do deputado escrevendo no Twitter:
"Deve ser uma brincadeira do Dia das Mentiras... mas completamente fora da estação."
Rasmus Jarlov, representante do Partido Popular Conservador, também foi cético em relação à possibilidade de venda da enorme ilha.
"De todas as coisas que não irão acontecer, esta é a mais improvável. Esqueça",
disse Rasmus Jarlov.