Diário do Mercado na 2ª feiram 18.05.2020
Ibovespa avança com perspectivas externas otimistas
Comentário.
O índice doméstico avançou, em dia de vencimento de opções sobre ações, apoiado em notícias favoráveis advindas do exterior, com firme volume e compensando as perdas da 6ª feira passada, inclusive tornando-se positivo no mês, dando a entender que ocorreu uma recomposição parcial de carteiras.
Vale lembrar que o Ibovespa vem oscilando, basicamente, em termos de fechamento, entre 75 mil pts e 83 mil pts desde o último dia 7 de abril. Internamente, os agentes deram uma trégua na questão fiscal e na política.
Externamente, os investidores ficaram otimistas com testes que parecem promissores de uma empresa farmacêutica [Moderna] de uma vacina para o coronavírus e contribuiu a fala do presidente do Fed, na qual citou que o órgão ainda tem cacife para mais estímulos, caso necessário. Também, a reabertura da economia em algumas áreas nos EUA e em alguns países europeus foram fatores favoráveis no dia.
Ademais, Alemanha e França vão montar um fundo conjunto de 500 bilhões de euros para enfrentas os efeitos adversos da pandemia.
De outra mão, a continuidade das altas dos preços futuros para julho dos barris de petróleo impulsionou as petrolíferas, com o tipo Brent fechando em US$ 34,81 (+7,11%), bem como o tipo WTI encerrou em US$ 31,65 (+7,22%) - o fechamento acima de US$ 30 não ocorria desde 13 de março deste ano.
Neste panorama, os índices acionários de Nova York denotaram firmes altas, que contagiaram positivamente as demais bolsas pelo mundo.
O dólar comercial caiu, acompanhando seu movimento no exterior, para R$ 5,7200 (-2,02%). Os juros futuros seguiram o dólar e recuaram como um todo - destaque para os intermediários.
Ibovespa.
O índice já abriu em alta e ficou rondando os 80 mil pts (+3,15%) até por volta das 14h. A partir daí, ganhou mais ímpeto e passou a rondar os 81 mil pts (+4,44%). Ponderadamente, Petrobras e Vale se destacaram positivamente e, individualmente empresas do setor aéreo.
O Ibovespa fechou aos 81.194 pts (+4,69%), acumulando +0,86% no mês, -29,79% ano e -9,78% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da bolsa foi de R$ 34,380 bilhões, incluindo R$ 7,535 bilhões do exercício do vencimento de opções sobre ações, sendo R$ 24,554 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 14 de maio, a Bovespa apurou retirada líquida de R$ 1,378 bilhão, acumulando saída líquida de -R$ 6,413 bilhões no mês (após saque líquido de -R$ 5,069 bilhões em abril). Em 2020, acumula agora saldo negativo de -R$ 75,819 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
O IGP-10 variou 0,07% em maio versus 1,13% em abril, acumulando 2,96% no ano e 6,07% em 12 meses.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) caiu, com o real tempo o melhor desempenho no dia no mercado internacional frente a divisa norte-americana. O índice DXY, que mede o dólar frente a uma cesta de principais moedas veio abaixo do patamar psicológico de 100 pts.
A moeda fechou cotada a R$ 5,7200 (-2,02%), acumulando +5,21% no mês 42,57% no ano e 39,51% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) subiu a 332 pts ante 348 pts na sexta-feira.
Juros.
Os juros futuros caíram, acompanhando o comportamento do dólar, com maior otimismo externo. Destaque de baixa para as taxas intermediárias. Os agentes projetam inflação baixa e menor crescimento agora e passaram a precificar um corte mais agressivo pelo Copom, em sua subsequente decisão em 17 de junho próximo. Assim fecharam as taxas em relação ao dia anterior:
DI julho/2020 em 2,75% de 2,78%;
DI outubro/2020 em 2,54% de 2,58%;
DI janeiro/2021 em 2,54% de 2,56%;
DI janeiro/2022 em 3,42% de 3,51%;
DI janeiro/2023 em 4,58% de 4,72%;
DI janeiro/2025 em 6,59% de 6,71%;
DI janeiro/2027 em 7,67% de 7,82%.
Agenda.
vide página 3 do relatório anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado financeiro na 2ª feira, 18.05.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, analista senior do BB Investimentos, CNPI-T