Conexão Mercado – Agora, 06.10.2020, às 12h30
Roger Marçal – Gerente
Eduardo Toneto do Livramento
Elifrancis Braga Almeida
do BB DIMEC Cenários Financeiros
Mercado Externo
Mercados operam fora de uníssono aguardando novidades do pacote fiscal e digerindo falas de Powell
►No exterior, mercados operam sem direção única, com Europa em otimismo com sinalização de mais estímulos pelo BCE, enquanto NY digere as falas de Powell e aguarda novas informações acerca da saúde de Trump e negociações do pacote fiscal.
► Nesse sentido, Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, e Steven Mnuchin, secretário do Tesouro, devem entrar em contato ainda hoje para dar continuidade às conversas sobre o novo pacote de estímulos.
► Powell, presidente do Fed, disse que a recuperação está sendo mais rápida do que o esperado, mas alertou pera o risco de que a pandemia piore e limite a atividade de modo significativo. Informou também que a expansão está longe de concluída e ratificou a necessidade de mais apoio fiscal.
► Em relação aos indicadores, a balança comercial dos EUA apresentou déficit de US$ 67,1 bi em agosto, pouco pior que os US$ 66 bi previstos. Relatório de emprego JOLTs mostrou que a abertura de vagas recuou de 6,697 mi em julho p/ 6,493 mi em agosto.
►Bolsas: Em NY, os índices operavam divididos, com Nasdaq em realização de lucros e cautela por novidades do pacote fiscal. Na Europa, o otimismo impera, após Lagarde (BCE) sinalizar a possibilidade de novos estímulos monetários, inclusive corte de juros.
► Juros: As yields dos treasuries operavam voláteis, embora com viés mais negativo, devolvendo parte da alta de ontem e espelhando alguma cautela envolvendo as negociações para o novo pacote fiscal americano.
►Câmbio: Dólar recua frente à maior parte dos seus pares principais, com destaque de exceção para a libra, que cede em meio aos rumores de que a União Europeia não pretende ceder às exigências de Boris Johnson relativas ao acordo comercial do pósBrexit. Já a alta das commodities beneficia as divisas emergentes.
Mercado Interno
Alívio nas tensões políticas norteiam os negócios
►No Brasil, os mercados operam com viés positivo, embora voláteis, diante do tom mais conciliador na cena política em prol da sustentabilidade fiscal e da atual agenda econômica.
►No entanto, algumas indefinições na esfera fiscal ainda seguem no radar dos investidores. O senador Marcio Bittar pretende apresentar amanhã o relatório da PEC Emergencial, incluindo o Renda Cidadã. Por outro lado, o presidente do Senado, Alcolumbre deve tentar definir com os líderes partidários uma data para a sessão que irá votar o veto presidencial à desoneração da folha de pagamentos.
► No mais, Alcolumbre cancelou pela segunda vez a instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO). Ainda não há acordo sobre a presidência do colegiado, responsável pela votação do orçamento de 2021.
► De acordo com os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o faturamento industrial cresceu 2,3% em agosto ante julho, com ajuste sazonal. Com o bom desempenho das vendas, as fábricas voltaram a contratar em agosto. O emprego industrial registrou a primeira alta mensal do ano, com crescimento de 1,9% em relação a julho.
► Dólar: opera em queda frente ao real, ficando no patamar em torno de R$ 5,50, diante do alívio nas tensões políticas.
► Juros: devolvem prêmios de risco em todos os prazos, em sintonia com a queda do dólar, refletindo a trégua política e a perspectiva mais positiva para o andamento da agenda de reformas e manutenção do teto de gastos.
► Ibovespa: opera em alta, ficando no nível próximo dos 97 mil pts, com a melhora da cena política. Destaque para alta do setor financeiro, Petrobras e Eletrobrás.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por Roger Marçal, Gerente, Eduardo Toneto do Livramento, Elifrancis Braga Almeida, do BB DIMEC Cenários Financeiros