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Investimentos

Domingo, Dia 03 de Setembro de 2023 as 23:19:53



VIA - Resultado no 2º Trimestre/2023: NEGATIVO


 
VIA - Resultado no 2º Trimestre/2023
Negativo, mas novo plano de transformação pode elevar o otimismo
 
Por Georgia Jorge, CNPI-P
11.08.2023
 
A Via reportou números fracos no 2T23, com o cenário macroeconômico menos propício ao consumo de bens duráveis ainda pesando sobre as vendas da companhia. Aliado a isso, o início de um ciclo de ajuste do estoque pressionou a margem bruta do trimestre que, somada à elevação das despesas financeiras, levou a companhia a reportar um prejuízo de R$ 492 milhões no 2T23. 
 
Apesar do débil resultado, a divulgação de um plano de transformação de 2 anos tendo como prioridades a geração de caixa e melhoria da rentabilidade pode ser um catalisador de resultados já nos próximos trimestres.
 
Desempenho das Ações.
 
As ações VIIA3 acumulam queda de 24% desde o início do ano até ontem (10/ago), em um cenário de demanda por bens duráveis lenta e maior restrição ao crédito pelos consumidores. Em nossa visão, contudo, a divulgação de um plano de transformação, que traça um novo caminho pelo qual o CEO (Renato Franklin, que assumiu a companhia em maio/23) quer trilhar com a Via, permitirá maior clareza aos investidores quanto ao discurso transformacional que a companhia vinha adotando desde a chegada do atual presidente.
 
Entendemos que as medidas a serem tomadas no âmbito do plano de transformação têm potencial para destravar valor da companhia que, adicionado a ventos mais favoráveis advindos no cenário macroeconômico, com início do ciclo de afrouxamento monetário, podem permitir a apresentação de métricas mais robustas pela companhia.
 
Nesse sentido, elevamos nossa recomendação para Compra, enquanto mantemos o preço-alvo para o final de 2023 em R$ 2,30, até incorporarmos em nosso modelo premissas que contemplem as iniciativas inseridas no plano de transformação divulgado.
 
Desempenho econômico-financeiro
 
As vendas totais (GMV na sigla em inglês) somaram R$ 11 bilhões, mesmo patamar do ano anterior e 5,0% abaixo das nossas estimativas diante de um cenário mais restritivo de demanda e menor disponibilidade de crédito para o consumidor. Enquanto as vendas nas lojas físicas tiveram um fraco crescimento (+1,2% a/a e -6,8% r/e), as vendas online 1P (estoque próprio) retraíram 5,1% a/a e as vendas online 3P cresceram 8,9% a/a (-10,3% r/e). Como resultado dessa diferente dinâmica entre os canais de vendas, a receita líquida atingiu R$ 7,5 bilhões, queda de 2,1% a/a e abaixo das nossas estimativas em 6,1%.
 
Já o lucro bruto somou R$ 2,1 bilhões, o que corresponde a uma margem bruta de 28,5%, 2,8 p.p. inferior a/a e -3,0 p.p. r/e, refletindo o mix de categorias e início do processo de redução de estoques, este último alinhado ao plano de transformação divulgado pela companhia nesta data e abaixo comentado.
 
A margem EBITDA Ajustada acompanhou a queda de margem bruta e atingiu 6,3% no trimestre (-2,8 p.p. a/a e -2,7 p.p. r/e), com as despesas com vendas, gerais e administrativas mantendo-se estáveis em relação à receita líquida na comparação anual.
 
Por fim, apesar da redução do endividamento bruto da companhia em R$ 1 bilhão a/a, houve um incremento de 48% a/a nas despesas financeiras, fruto da elevação da taxa de juros no período. Com isso, a Via reportou um prejuízo de R$ 492 milhões, ante um lucro líquido de R$ 6 milhões no 2T22. 
 
A respeito da alavancagem financeira, pontuamos que a companhia finalizou o trimestre com uma dívida líquida de R$ 2,4 bilhões, equivalente a 0,4x o EBITDA Ajustado dos últimos 12 meses.
 
Já os investimentos do período totalizaram R$ 96 milhões, o que corresponde a 0,9% o GMV do trimestre, ante 2,3% no 2T22. Os referidos recursos foram distribuídos entre logística (4%), novas lojas (1%), reforma de lojas (14%), TI (81%) e outros (1%).
 
Em relação ao fluxo de caixa livre, destacamos que houve geração de caixa nas atividades operacionais de R$ 904 milhões, versus um consumo de caixa com investimentos de R$ 100 milhões e com atividade de financiamento de R$ 980 milhões, o que levou à queima de caixa de R$ 176 milhões no trimestre.
 
Plano de Transformação
 
A Via divulgou um novo plano de transformação com o objetivo de torna-la cada vez mais perene, resiliente a cenários adversos e com uma liquidez robusta e sustentável para os próximos anos.
 
Nesse sentido, para os próximos 2 anos, a companhia está ajustando sua estratégia para ter como foco principal a geração de caixa e rentabilidade, de forma a preparar a companhia para um novo ciclo de crescimento após 2025. 
 
O plano de transformação conta com duas grandes frentes: alavancas operacionais e estrutura de capital, somando um total de 18 iniciativas, das quais 11 já estão em implementação.
 
Na frente de Alavancas Operacionais, a companhia buscará atuar:
 
i.  em um modelo de gestão baseado em novas métricas de margem e ciclo de caixa;
ii.  na redução significativa de despesas de pessoal;
iii. na otimização do footprint de lojas, com potencial redução de 50-100 lojas;
iv. na migração de categorias com margens negativas do 1P para a venda exclusiva no 3P, de forma rentável;
v.  na redução adicional de estoque, com potencial de até R$ 1 bilhão.
 
Já na frente de estrutura de capital, o foco consiste:
 
i.   Na estruturação de um FIDC para alterar o modelo de funding do crediário;
ii.  Na diversificação de financiamento, buscando acesso ao mercado de capitais internacional, agências de fomento, bancos de desenvolvimento e maior diversificação bancária;
iii. Na monetização de ativos de até R$ 4 bilhões em 2023 (R$ 2,5 bilhões de créditos fiscais, R$ 1 bilhão de estoques, entre outros);
 
Em 2025, a Via espera se tornar uma empresa referência no varejo em geração de valor e retorno de capital investido, entregando fluxo de caixa livre robusto, ROIC saudável com bom spread sobre custo de capital, margem EBITDA sólida e um negócio resiliente a cenários econômicos desafiadores. A companhia não forneceu guidance em relação a essas métricas.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por 
GEORGIA JORGE, CNPI-P, analista senior do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: BB INVESTIMENTOS





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