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Falências podem ser evitadas

 por Ivan Postigo

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Empresas surgem e desaparecem todos os dias. Olhando estatísticas vemos informações como 7% das empresas fecham no primeiro ano de atividade, 70% fecham após 5 anos de operação. Números que realmente impressionam.

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Não vivemos em um País que oferece incentivos ao empreendedorismo. Temos uma das maiores taxas de juros do mundo, tributação brutal, burocracia massacrante, que carrega um custo extraordinário, e pessoas sem qualquer vocação empresarial forçadas a buscar forma de sustento em algum tipo de atividade comercial ou industrial, por não encontrarem oportunidades no mercado de trabalho, engrossando dessa forma essas estatísticas.

 

Uma quantidade significativa de pequenos empreendedores arrisca todo o dinheiro que recebe de suas rescisões trabalhistas, incluindo o FGTS, e muitas vezes uma parte do patrimônio, sem qualquer estudo ou avaliação mais cuidadosa dos negócios que estão iniciando. O empreendedor, mesmo de uma pequena loja, terá custos para abrir e para fechar, e não serão pequenos, consumindo boa parte de suas economias.

 

As ofertas de produtos e serviços são enormes hoje em dia, portanto é preciso conhecer bem o mercado que queremos atender.

 

Comentávamos entre amigos sobre um belo restaurante de massas que havia encerrado as atividades e ninguém se conformava com o desastre do empreendimento. Não levou muito tempo para que todos concordassem em alguns pontos: a refeição demorava muito e vinha fria. As instalações eram bonitas, tinha um belo estacionamento, muitas mesas à disposição, mas o atendimento deixava realmente a desejar.

 

 Uma pergunta: a que esse empreendimento se propunha? A fornecer refeições, seria a resposta mais simples. O que o público esperava? Massas variadas, bem preparadas, saborosas, quentes e rápidas. Não necessariamente na velocidade de um fast food, mas que durante a semana permitisse almoçar e voltar ao trabalhar dentro do horário; e nos fins de semana, que proporcionasse momentos agradáveis às famílias.

 

 Podemos resumir as falhas observadas em duas palavras: gestão inadequada.

 

Analisando a falência de muitas empresas tradicionais, observaremos que isso não aconteceu de um dia para outro, há sempre um período de agonia que pode durar cinco anos ou mais.

 

Esse período de agonia é longo e poucos profissionais estão preparados para desenvolver um plano de cinco anos para suas empresas, mesmo que sadias. Nesse intervalo, enquanto a empresa agoniza, o que mais se vê são cortes de produtos, pessoal e pequenos gastos, sem uma ativa e determinada ação no mercado e análise criteriosa da concorrência, reativando e reanimando os negócios.

 

 Trocas gerenciais e diretivas, que podem ocorrer de seis em seis meses, são feitas para atender questões operacionais, sem que um plano efetivo tenha sido pensado e desenvolvido, desperdiçando recursos e tempo precioso.

 

 Um empreendedor, em um projeto de recuperação, cada vez que debatíamos as questões financeiras dizia: “... eu não tinha coragem de olhar o fluxo de caixa, a falta de recursos acabava com meu dia”.

 

Razão básica para que os recursos não tivessem melhor direcionamento. Seis meses depois a situação era outra, não porque tivessem sido encontradas soluções geniais, mas porque um grupo determinado e comprometido, com um plano bem elaborado, estava agindo. E cada membro cumprindo à risca o que havia sido estabelecido. Podemos resumir este fato também em duas palavras: gestão adequada.

 

Você pode evitar a falência de seu empreendimento, mas prepare-se para trabalhar muito, pois vai ter que dizer ao mercado quem é você, o que é seu produto, aonde quer chegar, porque devem recebê-lo, que retorno financeiro vai dar aos revendedores e que satisfação vai oferecer aos consumidores. Terá que se reunir com seus fornecedores, clientes, agentes financeiros e parceiros. Oferecendo alternativas, aceitando sugestões.

 

Não negligencie isso!   Bom, mas se, ao contrário, você achar que o mercado sabe o que sua empresa significa e que esse trabalho não é necessário, você também está certo: “Uma empresa a caminho da falência, que a poucos interessa.”

 

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