Comportamento do Mercado em 08.12.2014
O Ibovespa iniciou decaindo e operou em baixa ao longo de todo o pregão – acentuando sua perda na parte da tarde. As quedas dos índices em Nova York e dos principais mercados acionários da Europa influenciaram decisivamente no comportamento do dia. Domesticamente, os papéis de maiores pesos no índice pesaram hoje: bancos, Petrobras e Vale.
Resumidamente, a aversão ao risco se ampliou no mercado internacional. Na China, o dado da balança comercial não foi animador, ratificando a desaceleração da segunda maior economia do mundo, com menores exportações e, principalmente, com as importações em queda mais destacada, não tendo sido sendo bem recebido pelo mercado.
Ademais, a melhoria do mercado de trabalho norte-americano, com o dado da criação de vagas na economia (payroll), divulgado na última 6ª feiram 05.12, trouxe mais temores que o Fed (que também divulgou o “livro bege” com condições favoráveis da economia local) poderá antecipar sua mudança de política monetária na reunião do próximo dia 17 de dezembro, abrindo espaço para alguma sinalização sobre o fim do período prolongado de taxa de juros baixa (considerable time) – no momento o mercado prevê a elevação de juros nos EUA para meados do próximo ano.
Bovespa
No índice, os setores com piores desempenhos foram: Bancos; Petróleo/Petroquímico; Siderurgia/Mineração; e Consumo.
Destaques individuais negativos ponderados para: PETR4 (R$11,5; -6,20%; giro de R$504 milhões); BBDC4 (R$35,58; -5,02%; giro de R$206 milhões); ITUB4 (R$35,65; -3,73%; giro de R$292 milhões); PETR3 (R$10,72; -6,38%; giro de R$162 milhões); e VALE5 (R$18,06; -3,42%; giro de R$207 milhões).
O índice doméstico fechou aos 50.274 pts (-3,31%), acumulando -8,13% no mês, -2,39% no ano e -1,32% em 12 meses. O giro da Bovespa foi R$5,06 bilhões (R$4,86 bilhões no mercado à vista), com o volume do Ibovespa em R$4,14 bilhões.
No último dado disponível, a bolsa brasileira registrou saída de capital externo de R$225,072 milhões no último dia 4, acumulando saldo negativo de R$392,806 em dezembro (+R$1,677 bi em novembro; -R$967,101 milhões em outubro; +R$4,225 bi em setembro; +R$1,917 bi em agosto; +R$3,482 bi em julho) e acumulando R$22,171 bilhões em 2014.
Dólar
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$2,6110 (+0,58%), acumulando +1,71 no mês, +10,82 no ano e +11,96% em 12 meses. Nos juros futuros (DI), as taxas encerraram em alta, progressivamente a partir do DI out/15, elevando como um todo a curva da estrutura a termo da taxa de juros e reduzindo sua inclinação.
Indicadores.
Na China, o saldo da balança comercial subiu para US$54,47 bilhões em novembro, versus US$45,41 bilhões em outubro – consenso em US$43,9 bilhões. As exportações variaram +4,7% em novembro, ante +11,6% em outubro – consenso em +8,00%; e as importações variaram -6,7% em novembro, frente à +4,6% em outubro – consenso em +3,8%.
No Japão o dado final do PIB 3T14 mostrou contração de 0,5%, ante o dado anterior em -0,4%. Na Alemanha, a produção industrial variou +0,2% em outubro, versus +1,1% em setembro – consenso em +0,4%. Já em relação a outubro do ano passado, o indicador variou +0,8% (+0,1% set-14/set-13) – consenso em +0,9%.
Agenda da semana.
No Brasil, balança comercial semanal, IGP-M Inflação 1ª prévia, COPOM - ata da reunião de 2 e 3 de dezembro e vendas no varejo A/A;
nos EUA, estoques no atacado, orçamento mensal, vendas no varejo, IPP;
na Alemanha, produção industrial, balança comercial e IPC;
na França, produção industrial e IPC;
na Grã-Bretanha, balança comercial; no Japão, produção industrial;
e na China, IPP e IPC; vendas no varejo e produção industrial (vide agenda na página 3).
Confira no anexo o relatório na íntegra de análise do diário do mercado, assinado por NATALIEL CEZIMBRA e HAMILTON MOREIRA ALVES, analistas de investimentos do BB INVESTIMENTOS.